O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Altar

(Para a Luíza Dunas, em gratidão.)

Segura nas mãos uma taça vazia
Essa é a sua oração.

O manto que a cobre
É o espírito que a descobre.

A seus pés de água perfumada
Uma vela flutua entre flores brancas.

A oração é o silêncio da entrega
– Eis a taça que sois! Enchei-a do vosso Vazio.

A Plenitude está na Graça
E a Graça é plena de incomensurável Vazio.

Maria Sarmento

2 comentários:

platero disse...

tudo

mas cheio de VAZIO

adorei - beijinho

Anónimo disse...

Meu Amigo Platero,

Foi uma experiência intensíssima. Tenho pena que não estivesses entre nós (apesar de lá estares...)

P.S. O texto é dádiva de verdade. A Luiza sabe do que falo.

Um beijinho, Platerito!