O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Verão em Oriola - há 25 anos


A CASA AMARELA

há uma casa amarela
e nela uma janela

e à janela da casa
um velho rosto- argila

à janela do rosto
uma poalha rala
restos do fino pó
do rodapé da Vila

e a casa e o rosto
são uma coisa bela
chapa de fogo vaga
sob um azul viril

e tudo aqui é calmo
e tudo aqui é belo
neste quadro amarelo
que faz sede e respira

2 comentários:

platero disse...

não mais do que a tua pequena/grande estória da louca e do editor

tb ninguém aceitaria editar cem poemas "lindos" como o meu "Verão em ORIOLA"

nem com o peso de beleza do nome da Aldeia

ethel disse...

de que vale a revolta se formos todos internados a gritar pela estória!
ao menos ficamos juntos - os doidos, alucinados que amam a vida!