O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 14 de agosto de 2010

Traz-me

a música que habita em ti

beija-me até que ela seja eu

ensina-me, amor a melodia

que desaprendi antes de ti

às seis da manhã

o galo canta

o beija-flor acode feliz

e eu ainda estou a dormir

amanhã, antes do sol nascer

eu ainda sou criança

fala-me dos dias

quando despertas

e o verde é igual ao azul

mas antes,amor

cobre meu corpo

com a melodia do teu.

4 comentários:

Heduardo Kiesse disse...

belo poema com melodias por dentro trazendo melonoites.
em ausência.


um abraço

Anónimo disse...

Irresistível este chamamento ao "Amor", esse que não distingue o "Amador" da "Coisa Amada", o que funde de um modo melodioso e harmónico, uma partitura de estrelas e de auroras...
Lindo, Paladar!

Comentário de ParadoXos, também bonito.

Um sorriso:)

Um beijinho

platero disse...

lindo como sempre

para além de
didático

beijinho

Unknown disse...

Sinestesicamente adorável @ seu/sua poemúsica!!!