O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aura-Mater

CANTO PRIMEIRO
Senhora das Portas
Arquetípica e Misteriosa 
A Vó, a Mãe e a Filha
Flor de Mandrágora, 
Som de Egrégora 
E grito de Górgona
Partenogênese Sagrada 
Efígie, Esfinge, 
Serpente Esfumaçada
Filósofa Nascida
Semente enterrada
Mater, de onde venho?
Pater, para onde vou?
Em busca de respostas
A velha varria o Tempo
A mulher dançava a Ave
A criança buscava o Círculo
Senhora das Janelas
Das escadas, das mazelas
Senhora de coração pulsante
Senhora dos Navegantes
Dos navios negreiros
Piratas e Veleiros
Senhora de todos os amores
De todos os colonizados 
E todos os colonizadores 
Senhora de todas as horas
Senhora de todas as artes 
Senhora de todas as glórias

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