O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 31 de maio de 2010

A pintura de Jacek Yerka, Polónia

5 comentários:

Anónimo disse...

Apintura de Jacek é interessantíssima sob diversos pontos de vista. É fantástica e onírica, transportando o nosso sentir para espaços de fantasia e sonho: é fantástica e surreal, porque nos leva para universos onde as coisas, os objectos e os sentires se deslocam e surpreendem o olhar; é simbólica e poética,porque nos leva em viagem pelo universo simbólico do nosso sentir profundo e das nossas emoções e memórias da infância. Desconstrói o espaço e troca as dimensões das coisas, dispondo o mundo segundo a imaginação do pintor, colocando as coisas vistas em diferentes dimensões e prespectivas. Para além de tudo é naif: simples e directa, cheia de detalhes que são a visão das cores e do mundo do poeta dos desenhos.

Gosto e gosto que ele visite este espaço pelas suas mãos ou outras.
Ainda bem que se lembrou.

platero disse...

tentativa de domesticação do
AMA-zonas?

Nuno Maltez disse...

...!

Laura disse...

Eu vejo os livros como água e não como uma represa. Os livros são a água que cai e torna a vida numa floresta tropical. Isto por causa do que disse o Platero.

Isabel Metello disse...

...não conhecia e adorei...interpretei a obra como uma metáfora relativa à distinção entre acumulação de conhecimentos e Sabedoria- esta última muito próxima da da Natureza...de facto, todo o conhecimento se debruça sobre a tentativa de perscrutação e compreensão da Vida e só fará sentido, convertendo-se em Sabedoria, se for uma via para glorificar a Vida como Dom (eu ia dizer Bênção :), voltando, circularmente, a Ela, caso contrário, desvitaliza-se e nega-se a si mesmo.