segunda-feira, 31 de maio de 2010
“A luz que vem das pedras, do íntimo da pedra,
tu a colhes, mulher, a distribuis
tão generosa e à janela do mundo.
O sal do mar percorre a tua língua,
não são de mais em ti as coisas mais.
Melhor que tudo, o voo dos insectos,
o ritmo nocturno do girar dos bichos,
a chave do momento em que começa o canto
da ave ou da cigarra.
A mão que tal comanda no mesmo gesto fere
a corda do que em ti faz acordar,
os olhos densos de cada dia um só.
Quem está salvando nesta respiração
boca a boca real com o universo? “
Pedro Tamen, A Luz que Vem das Pedras
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1 comentário:
Receba silêncio como agradecimento. Emociona este poema. Espalha sementes de bom gosto por onde passa. É uma semadora como as de Van Gogh...deixa ser espalhado pelas páginas e isso é de uma dignidade que aquece o coração dos que vivem nus na Terra.
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