O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Do Farol no Cabo em brumas




Ó Cabo das brumas,
Alma minha,
agregada, na humana condição divina,
a um corpo e mente profanados

Claro é o horizonte,
que só as brumas permitem vislumbrar,
da Consciência,
Dentro,
e Universal

Cerrados os olhos por fora
abre-se a visão nocturna da Luz,
e eis a entrada para o além-fumo,
pelo caleidoscópio da Graça
Pernas para que vos não quero
parai que o caminho não é mais por vós
o Infinito não está onde assentam os pés
o Abismo é Aqui e Agora
a Aventura é o salto do Farol,
o único e eternamente certo,
para o Espírito Santo.

2 comentários:

Anónimo disse...

O salto para onde já estamos... Porque haverá uma alma agregada e porque estarão profanados corpo e mente ?
Gosto muito da foto e do poema, mas sinto que o Infinito também se abre onde assentam os pés.

luizaDunas disse...

Creio que sim...o salto para onde já estamos...(Where else?)mas para mim não é dispensável criar o movimento, em pensamento, gesto ou salto.
Em todo o caso, o momento vivido que trans.crevi é puro como as brumas e a clareza. E completo.

A foto é lindíssima, tirei-a o ano passado. No Cabo.