O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Dedicado ao meu cão

Os animais podem não ser iluminados, dado a sua (falta de) ética. Foi o argumento aduzido neste espaço contra a tese de que os animais seriam iluminados. Podendo não ser iluminados, os animais têm o poder de e para nos iluminar, como é o caso do meu lindo, fofinho, fiel e por vezes refilão cão. Escrevo este post porque cheguei hoje a Lisboa, vindo do Alentejo e, mais uma vez, encontro-me separado do meu cão. Nunca, em toda a minha vida, senti tão grande saudade como sinto pelo meu querido cão. E penso que ele sente o mesmo. Enquanto os meios de comunicação - telemóveis, internet - unem, actualmente, as pessoas que estão separadas, tal não é possível com um animal, simplesmente porque os animais não falam. É pena porque, longe do meu cão, que não é mais que linguisticamente meu, sinto que poderei facilmente perder o equilíbrio que encontro quando estou com ele, partilhando os mais preciosos momentos. Na verdade, não me dou, que me lembre, tanto a alguém como me dou ao meu cão, simplesmente porque o amo, amo-o profundamente, por tudo aquilo que é. Tem, realmente, o poder de me iluminar. É com pena minha que não coloco aqui uma fotografia do meu amado cão, porque escrevo este texto a partir de uma biblioteca e o computador não aceita ficheiros de fora. Se ele ao menos pudesse ler isto...

3 comentários:

Anónimo disse...

Anónimo

O que é sentido por um animal doméstico, será sempre diferente no caso de outros animais. Algo de diferente nos une e separa.
De facto é impressionante a falta que nos fazem.
Afinal sempre precisamos dos seus afectos ou de algo que procuram em nosso íntimo.
Que mistério será esse?

Ana Margarida Esteves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Então e nós, que vos ensinamos a meditar?

=^..^=