No meio do jardim analógico
Estão os macacos de imitação
Põem penas em bonecos
Para consolo zoológico
Duma parca imaginação
Em vez de gritos são ecos
Duma triste repetição
De grandezas passadas
De promessas ousadas
De passadas demasiado largas
Para pernas de morcego
Que vistas largas tem um cego
Só com olhos de ver ao perto?
Ser camelo é num deserto
A melhor sina que pode haver
Mas ser leão é melhor
Se queremos erguer-nos e crescer
À estatura duma criança.
Esta não se desilude do amor
Nem quer ver naufragar a esperança
Tem por único Senhor
O infinito sem nome
E não confunde o ser Doutor
Com o andar a morrer à Fome.
4 comentários:
Gosto desta fase mais bem-humorada, irónica e solta!
Doutores não faltam; o que falta... são Poetas! JCN
O mal dos males... são os poetas que andam "a solta"! JCN
Andam poetas à solta, JCN?
"Vocemessê" não chega lá com as pedras?
Mais balanço! JCN :)
(Um sorriso para si, e para o Paulo, "poeta à solta" da lusó-folia!)
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