O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A REFERÊNCIA

Escrevam poesia; façam versos
de qualquer jeito, forma, concepção,
sobre temas reais ou controversos,
mas com miolo e alguma vibração!

Morro por lê-los, mesmo que diversos
dos que são feitos pela minha mão:
tudo aliás tem versos e reversos,
de nada havendo... uma única versão.

Vale um país, por mais que se não queira,
o que no fundo valem seus Poetas
com nome assegurado nas selectas.

Por eles... se deduz sua craveira:
não é senão por causa de Camões
que Portugal se afirma entre as nações!

JOÂO DE CASTRO NUNES

Coimbra, 18 de Novembro de 2009.

2 comentários:

baal disse...

o camões era zarolho.

João de Castro Nunes disse...

O Camões era zarolho,
mas como já te chamei
mais de uma vez, ao que sei,
por tua parte... és mirolho!

JOÃO DE CASTRO NUNES