“Sonhei, confuso, e o sono foi disperso,
Mas, quando despertei da confusão,
Vi que esta vida aqui e este universo
Não são mais claros do que os sonhos são
Obscura luz paira onde estou converso
A esta realidade da ilusão
Se fecho os olhos, sou de novo imerso
Naquelas sombras que há na escuridão.
Escuro, escuro, tudo, em sonho ou vida,
É a mesma mistura de entre-seres
Ou na noite, ou ao dia transferida.
Nada é real, nada em seus vãos moveres
Pertence a uma forma definida,
Rastro visto de coisa só ouvida.”
Fernando Pessoa, 28-9-1933
4 comentários:
"Era o vinho, meu bem, era o vinho!" JCN
Será que era só vinho?
Se fosse o vinho, todos os que o bebem escreveriam assim...
Bela entrada na Serpente, caro Venctus! É a consciência de sonharmos que nos Desperta.
O vinho não leva necessariamente à escrita, mas... ajuda, quando se tem queda, como é o caso! JCN
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