O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Do homem honesto e do homem vulgar

"O homem honesto considera o bem universal e não a vantagem particular, enquanto que o homem vulgar não vê senão a vantagem particular e não o bem universal"

- Confúcio, Analectos, II, 14.

7 comentários:

platero disse...

parece escrito de encomenda

abraço

João de Castro Nunes disse...

Não é preciso ser Confúcio... para chegar lá! JCN

João de Castro Nunes disse...

De quem terá partido... a encomenda?!... JCN

Anónimo disse...

JCNN! EN!Sempre me rio, rio... com os seus comentários...ários...
Estou a falar dentro de uma... encomenda, enda... enda! Mas não sei de quem terá partido... a encomenda?!

Parece... ece...ece... esse!
que não era preciso ser Confúcio, mas se não se for, não se consegue perceber bem que, em verdade, o bem comum e o bem particular têm ainda muito que se lhe diga!...

O homem honesto é (ainda) menos comum que o homem vulgar...

(Continuando...a sério:)

Nunca é demais lembrar que, para o homem honesto, a vantagem está no bem universal, enquanto que o homem vulgar tira vantagem do bem universal, tornando-o um bem seu... Claro?:)

Um abraço aos dois.

João de Castro Nunes disse...

Encomenda à parte, mas com destinatária certa e sob registo, aqui vai, ao meu jeito, a máxima sapiencial do velho Confúcio... sempre actual, contrariamente ao Zaratustra... já deitado às malvas nas câmaras de gás que dele derivaram:

Enquanto o homem honesto
visa o bem universal,
a criatura banal
o seu quer e mais o resto!

J(udeu)CN

P.S. - Nada me causa mais satisfação do que saber, "saudadesdofuturo", que os meus comentários a dispõem bem, fazendo-a rir. Ser capaz de rir... é uma recompensa dos deuses, na boa tradição pagã. Rir... é uma manifestação de superioridade. Só o não fazem, tudo levando a mal, os autênticos "medíocres", os tais que gostam de atirar pedras às rosas. JCN

Anónimo disse...

Meu Amigo (Deixe-me chmar-lhe assim), JCN!

Não imagina mesmo as gargalhadas que os seus comentários me fazem atirar! Não são pedras, não! São saudáveis gargalhadas.;)
Fico contente que não as leve a mal e que as aceite - donde se deduz a superioridade do seu sentido de humor e auto-ironia, a sua "afinada" orquestra e o seu florido roseiral. "Atirad pedras medíocres! JCN!

P.S. É Vossemecê, JCN, um J(ud eu) de Góis?
Ou "uma jóia de ju deu"?(risos)

Um abraço e um resto de bom dia.

João de Castro Nunes disse...

Para "saudadesdofuturo":

Era judeu... Jesus de Nazaré:
estou a vê-lo de feições serenas,
o filho de Maria e de José
que se exaltou uma só vez, apenas!

Era um semita de linhagem nobre,
da casa de David e Salomão,
o que não impediu que fosse pobre
no mais perfeito espírito cristão.

Tinha da sua raça as qualidades,
o seu perfil, mas não condescendeu
com as suas baixezas e maldades.

Tirando os fariseus com os seus vícios,
podem rever-se nele os seus patrícios:
que pena eu tenho de não ser judeu!

JOÃO DE CASTRO NUNES