O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ABAIXO OS MUROS!

Abaixo os muros! sejam derrubadas
quaisquer fronteiras e limitações
à difusão das nossas concepções,
abaixo para sempre as paliçadas!

JCN

(Solicita-se... colaboração)

10 comentários:

platero disse...

resposta a pedido de colaboração:
poeminha meu com talvez 3 dezenas de anos:

há um muro à minha volta
com uns 100 palmos de altura
que me protege e me escolta
que me persegue e tortura

escalá-lo não sou capaz
esquecê-lo não estou seguro
se me esmagar tanto faz
:
é muro que esmaga muro

platero disse...

actualizado, talvez não inspirado:

MUROS
de Berlim ou de Israel
do México ou da Coreia
nem a brincar - no papel -
MURO É SEMPRE COISA FEIA

João de Castro Nunes disse...

As três dezenas de anos... não lhe tiraram qualuer actualidade, antes lhe acentuaram a perenidade do conceito. Bela resposta... à minha solicitação, superando o mote! JCN

João de Castro Nunes disse...

Ao meu jeito... para completar o soneto:

Deixem passar por todas as calçadas,
por todas as cancelas e portões
não só nossas ideias perfilhadas
como igualmente as nossas emoções!

Derrubem-se as muralhas entre os povos,
estreitem-se entre todos os estados
os laços de amizade... sem tratados!

Um clima surja de horizontes novos,
sem muros, barricadas, sem paredes,
sem arames farpados e sem redes!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Coimbra, 9 de Novembro de 2009.

baal disse...

sem redes... da pesca? sem medos?
abaixo as palhaçadas de quem de quem rima com paliçadas... isto é alguma aldeia lacustre.
jcn cada vez tens o violino mais desafinado.
já nem mandamos pedras...
se isto é poesia vou ali e já venho.

Iolanda Aldrei disse...

A poesia é deitar abaixo o muro... E isso é. A ideia é o lume breve que prende a fogueira da liberdade. Quatro versos, mais de Platero, muitos muros a desaparecer nos sonhos... muitos sonhos a derrubar muros.
Parabéns

João de Castro Nunes disse...

Ó BAAAL, olha que "lacustre!... rima com "ilustre"! Não dás uma... para a caixa! JCN

João de Castro Nunes disse...

Até que enfim, ó BAAAL, que te cansaste de "mandar pedras"! Que vais mandar agora?!... Cravos... revolucionários?... Seja o que for, não passas de um... medíocre! JCN

baal disse...

deixei de ser um revolucionário sou médio e ocre.
aprende (apreende) jcn.

João de Castro Nunes disse...

Estou-me nas tintas... para o que tu és ou deixas de ser! JCN