segunda-feira, 24 de agosto de 2009
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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11 comentários:
A sério? Não será isso demasiado antropomórfico?
O fundo do humano é o fundo do mundo. Não me parece antropomórfico. De qualquer dos modos é só uma frase para se pensar sem compromisso ontológico.
A verdadeira beatitude divina, possível na experiência sexual humana, nada tem a ver com o orgasmo... Ou pelo menos com o que se chama orgasmo, o espasmo genital e finito. O Tantra autêntico explica isso, não o neotantrismo anedótico que está na moda na New Age e nas revistas fúteis.
Acredito. Mas... (em jeito de provocação) quem quer ser beato?
A beatitude nada tem a ver com a beatice. Falo do que os indianos designam como ananda e maha-sukkha, a grande felicidade, o infinito júbilo. Quem os não deseja? São o fundo de nós mesmos e de tudo.
Que assim seja. Infinitamente.
"Quando fizerdes o dois um (...)/ e quando/ fizerdes o macho e a fêmea um e o mesmo, a fim de que o macho não seja macho nem / a fêmea fêmea (...)/ (...) então entrareis no Reino!"
Evangelho de Tomás
"Aquele que, permanecendo sentado, como indiferente, não é abalado pelas qualidades e que, dizendo para si próprio "são as qualidades em exercício", permanece firme e não se move, e que, igual no prazer e na dor, permanecendo em si mesmo, considera por igual uma gleba, uma pedra ou ouro, que olha como equivalentes o agradável e o desagradável, esse sábio para quem são semelhantes censura e louvor pessoais, esse que cumprimentos e desprezo deixam indiferente, que é o mesmo para com os partidos amigo ou inimigo e que renuncia a todo o empreendimento, é dele que se diz que ultrapassou as qualidades."
Bhagavad Guitá, XIV, 23-24-25
O nada para além do nada...
"O sexto grau, é quando o homem é des-formado e transformado pela eternidade divina, e alcançando um esquecimento inteiro e perfeito da vida transitória e temporal, é atraído por e transfigurado numa imagem divina, logo que se tornou numa criança de Deus. A partir daqui, não ha qualquer grau mais elevado, e aí existe a calma eterna e a beatitude, pois a finalidade do homem interior e do homem novo é a vida eterna."
Mestre Eckhart, Tratado Sobre O Homem Nobre
"Quem detém a Grande Imagem
vai ao encontro do mundo,
sem sofrimento,
com calma e serenidade."
Laozi, O Clássico da Via e da Virtude
"(...) não há sofrimento, nem origem do sofrimento, ne extinção do sofrimento, nem caminho. Não há sabedoria, nem realização, nem não-realização."
Sutra da Perfeição da Sabedoria
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