O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 25 de agosto de 2009

poema imperfeito



o sol nosso
absorve
a escuridão.

o rio corre
sem fim
alma nossa.

diónisos ergue-se
em amor
caleidoscópico.

no infinito
pertencemo-nos
ignorantes.

tudo o que é
nosso
vento eterno.

devir
por entre esgares
ecos.

aqui sem espaço
somos
um.

a tua voz
em mim-dádiva
sou eu.

2 comentários:

Anónimo disse...

poema perfeito pk à beira-rio as almas navegam, soltas, ao ritmo de um fluir de paixão,tranquilidade e deleite rumo ao (a)mar da praia do vento (ou do vento na praia?;). bj, gostei mt

ArrePorra! disse...

Jogo de palavras com pouca essência do que seja ser e não ser...
A esse poeta fingir é pouco.
Enganar é mais...