sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Santiago Cirugeda
Santiago Cirugeda, arquitecto sevilhano, deu uma conferência na Ordem dos Arquitectos, no passado dia 8 de Maio, inserida no projecto “A Casa da Vizinha não é tão verde quanto a minha” (http://www.acasadavizinha.eu). O irreverente arquitecto expôs o seu conceito e prática da arquitectura, defendendo que não lhe interessa a arquitectura “bonita”, mas aquela que põe em causa os planos arquitectónicos urbanos, que, segundo o próprio, “estão pré-desenhados pelos políticos”.
Assim, os seus projectos exploram “situações possíveis de cidade” e, de acordo com este conceito, Santiago projecta e constrói, inserido em colectivos auto-geridos –
“da Corunha, França, Catalunha e de muitos outros sítios” - , obras arquitectónicas em locais onde verifica que os direitos dos cidadãos são postos em causa, nomeadamente o direito à qualidade de vida ou o direito à educação, o que pode ser verificado pelas inúmeras praças que projectou e construiu em bairros onde prima “a falta de equipamentos” ou pela Faculdade de Belas-Artes que projectou em Málaga, “a quinta cidade mais importante de Espanha” e onde não existia nenhuma instituição desse tipo.
Devido à falta de meios, o desenvolvimento dos projectos de Cirugeda passa, em grande parte, por uma negociação política, em que o arquitecto explora os espaços legais que lhe permitem prosseguir a sua “outra visão da cidade”, cumprindo sempre as normativas que permitem construir algo público.
Segundo o próprio, a sua arquitectura “é um pouco feia, mas interessante”, porque a sua ideia é explorar essa mesma “outra visão de cidade”, uma cidade alternativa onde existe maior participação civíca e onde todos os cidadãos são tratados de igual forma, não obstante a sua diversidade. Para isso, Cirugeda e os grupos com que trabalha negoceiam com os políticos a exploração dos espaços legais que permitem a construção pública, sendo que cada obra construída “é uma vitória”.
O trabalho de Santiago passa também pela publicação de “receitas urbanas” na Internet, que podem ser consultadas no sítio “Recetas Urbanas” (http://www.recetasurbanas.net) ou no Youtube. As receitas urbanas são manuais em que é explicado ao cidadão como pode construir por si inúmeros espaços da forma mais segura possível e dentro dos princípios da legalidade, na medida em que o arquitecto tem consciência que existem muitos cidadãos com poucos conhecimentos de construção que, devido aos “poucos recursos económicos”, constroem ilegalmente, sujeitando-se aos perigos inerentes à construção.
Desta forma, podemos concluir que a obra de Santiago Cirugeda, iniciada há 12 anos, é essencialmente um trabalho activista de intervenção social que põe constantemente em causa a lógica do status-quo e em que se augura a ideia de uma sociedade nova constituída por cidadãos mais educados, activos e auto-geridos. A síntese das suas ideias pode ser consultada na primeira pessoa no sítio “The influencers” (http://theinfluencers.org/es/santiago-cirugeda/video/1).
Assim, os seus projectos exploram “situações possíveis de cidade” e, de acordo com este conceito, Santiago projecta e constrói, inserido em colectivos auto-geridos –
“da Corunha, França, Catalunha e de muitos outros sítios” - , obras arquitectónicas em locais onde verifica que os direitos dos cidadãos são postos em causa, nomeadamente o direito à qualidade de vida ou o direito à educação, o que pode ser verificado pelas inúmeras praças que projectou e construiu em bairros onde prima “a falta de equipamentos” ou pela Faculdade de Belas-Artes que projectou em Málaga, “a quinta cidade mais importante de Espanha” e onde não existia nenhuma instituição desse tipo.
Devido à falta de meios, o desenvolvimento dos projectos de Cirugeda passa, em grande parte, por uma negociação política, em que o arquitecto explora os espaços legais que lhe permitem prosseguir a sua “outra visão da cidade”, cumprindo sempre as normativas que permitem construir algo público.
Segundo o próprio, a sua arquitectura “é um pouco feia, mas interessante”, porque a sua ideia é explorar essa mesma “outra visão de cidade”, uma cidade alternativa onde existe maior participação civíca e onde todos os cidadãos são tratados de igual forma, não obstante a sua diversidade. Para isso, Cirugeda e os grupos com que trabalha negoceiam com os políticos a exploração dos espaços legais que permitem a construção pública, sendo que cada obra construída “é uma vitória”.
O trabalho de Santiago passa também pela publicação de “receitas urbanas” na Internet, que podem ser consultadas no sítio “Recetas Urbanas” (http://www.recetasurbanas.net) ou no Youtube. As receitas urbanas são manuais em que é explicado ao cidadão como pode construir por si inúmeros espaços da forma mais segura possível e dentro dos princípios da legalidade, na medida em que o arquitecto tem consciência que existem muitos cidadãos com poucos conhecimentos de construção que, devido aos “poucos recursos económicos”, constroem ilegalmente, sujeitando-se aos perigos inerentes à construção.
Desta forma, podemos concluir que a obra de Santiago Cirugeda, iniciada há 12 anos, é essencialmente um trabalho activista de intervenção social que põe constantemente em causa a lógica do status-quo e em que se augura a ideia de uma sociedade nova constituída por cidadãos mais educados, activos e auto-geridos. A síntese das suas ideias pode ser consultada na primeira pessoa no sítio “The influencers” (http://theinfluencers.org/es/santiago-cirugeda/video/1).
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1 comentário:
Construir sociedade é o tutano da construção da Cidade. Cada vez mais se percebe que as intervenções artificiosas no espaço urbano semeia desertificação social e irresponsabilidade social e cívica. Os condomínios fechados, a indiferença perante o que de vivo há na espacialidade partilhável, tudo isso está a tornar-nos piores.
Quando somos capazes de muito mais e muito melhor.
:)
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