O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

um poema inacabado

na noite escura
os elementos vibram
e conspiram.

enfeitiçam
e enlouquecem
de amor.

sabemos
que são
o nosso feitiço.

iluminamos estrelas
negras
coroamo-las em júbilo.

o ser explode
e rubro
se transforma.

5 comentários:

João de Castro Nunes disse...

É como as capelas imperfeitas... JCN

Unknown disse...

Penso que já falei consigo com outro nome, mas os nomes não interessam para além daquilo que são. São assim, entre outras coisas, formas de chamarmos os outros. Leio-o sempre, mas faço, sem saber muito bem porquê, silêncios longos dentro e fora de mim. E hoje, penso que chegou a altura e, neste post em particular, de lhe dizer que é admirável a sua capacidade de tentar, a sua capacidade de exposição ilimitada ao outro mesmo quando sabe que vão embater em si. Mas repito isto: gosto muito da sua capacidade de tentar por aqui, por ali, desta, daquela maneira, musicada, aforística (o que se lhe quiser chamar)...gosto quando abro a janela (nem que seja a do computador)e o vejo passar. Como um vizinho, como um rosto e, um rosto que se assume como o seu vale mais do que todos os nomes juntos. Admiro a sua capacidade de escutar quando falam consigo com dignidade e respeito, gosto quando se sente que espera pelos outros, gosto, como diz o André Comte- Sponville, que outras vezes espere pouco e ame muito a natureza, a natureza humana também. Pronto era isto que hoje queria dizer-lhe. Seguramente imperfeitamente, inacabadamente, mas queria dizer-lhe para ser em absoluta consonância comigo neste instante. Obrigada pelos acordes lá de baixo.

Anónimo disse...

este poema inacabado acabou no meu coração...acabou não...alojou-se, com ternura e agradecimento!
está belo, como belo é o teu modo espontâneo, e fluido, de te dares.adoro-te!
não consigo escutar agora a música mas acho que a escutei ontem...
fica bem, poeta maior

afhahqh disse...

Grato, Isabel!, que esse silêncio se nos infuda por entre todo o ruído que pervade a realidade.

Praia: bj em ti fofinha ;)

Anónimo disse...

I put a spell on you...hummm... ;)puseram em mim, acho eu. um bj