O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 13 de julho de 2009

O risco de tudo o que é muito antigo ou muito novo... Seduz com a aparência de não pertencer ao tempo, deslumbra com o brilho da falsa eternidade.

4 comentários:

Paulo Borges disse...

Muito enganam as falsas eternidades... São eternalizações. Eterno só o instante, distinto do momento. O instante é o intervalo que há entre cada momento do devir temporal, o mesmo que se pode descobrir entre cada um dos pensamentos no fluxo mental. Alargá-lo meditativamente é a eternidade aqui e agora.

Anónima disse...

... mestre, ensina-me a prolongar esse instante!

Paulo Feitais disse...

As cristalizações, os sarcófagos do ensimesmamento, do egotismo, dos deslumbramentos engarrafados em memórias-lembranças desvirtuadoras do que não se deixar (a)preender, por ser liberdade pura, para lá do próprio conceito de libertação, ele próprio ligado à servidão do infinito, essa projecção da câmara escura da interioridade raciocinadora, essa ruminância da abstracção entificante.

E contudo a Terra gira. A não sei quantos mil metros por segundo. Coisa pouca se atendermos à argonaútica do instante!

:)

Anaedera disse...

Alterar o passado e ter saudades do futuro! Será então ilusão, ou realidade?