O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 26 de julho de 2009

religião universal

em nome do passado e do futuro, os servidores teóricos e os servidores práticos da humanidade acabam de tomar a direcção geral dos assuntos terrestres, para construir finalmente a verdadeira providência, moral intelectual e material, excluindo de modo irrevogável da supremacia política todos os diversos escravos de deus, católicos, protestantes ou deístas, como gente que é ao mesmo tempo retrógrada e perturbadora.
augusto comte
catecismo positivista ou exposição sumária da religião universal em onze colóquios sistemáticos entre uma mulher e um sacerdote da humanidade.

2 comentários:

desorganizadamente disse...

A existência de religiões despedaça qualquer Deus.

surda disse...

Deus, seja lá o que for, descobre-se na fogueira de todas as religiões, na voz interior do fogo, nessa revelação primeira, superior a qualquer palavra que só transparece na devastação.