A brisa num poema
A tarde delicada em alfazema
Todas as palavras são incertas
As frases no imenso estão desertas
O silêncio a verdade impura
A escultura de mim no mármore da escrita
Soltura de versos abertos
No fogo da expiação da loucura
Ilusão ou impiedade maldita
Todos os erros na errância são certos
Como de purpurinas inconstantes
Nos enfeita o desejo
Como se ajeita a perdição dos errantes
Tão certa tão ritmada com o vagar das estrelas
Que todo o mundo se perde por um beijo
E a vida toda toda acesa por demais
As saudades e os cadernos de folhas amarelas
Partir partir sem a completude de um cais
São desiguais os dias todos tão iguais
Perdem-se as alegrias por medo de perdê-las
4 comentários:
"Perdem-se as alegrias por medo de perdê-las": certeiro!
Abraço
"Todas as palavras são incertas
As frases no imenso estão desertas"
Gosto.
"São desiguais os dias todos tão iguais"
"Ilusão ou impiedade maldita"
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