domingo, 26 de julho de 2009
Dedicado ao Maltez: Portugueses: materialistas ou religiosos?
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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18 comentários:
grande e complexa questão: é possível uma religião materialista? e se é possível, estará condenada ao fracasso, dado que os bens pouco nos contentam na minha perspectiva?
A religião visa o contentamento?
essa também é uma questão complexa, mas penso que essencialmente sim, visa o contentamento, o bem estar. daí não me parecer plausível uma religião materialista, dado o prazer muito efémero dos bens materiais. compará-los--ia com a comida, precisamo sempre de mais. mas indo de encontro ao post seguinte, tamb+em precisamos sempre de mais amor. a questão é que o amor vale por si, e seria então a mais alta das formas de vida, aquela a que aristóteles chama contemplativa.
Contemplar é amar?
penso que não. a contemplação é um extâse, como o amor é, mas o amor é direccionado ao outro sem dele sair, ao passo que a contemplação visa, a meu entender, o extâse/saída de tudo. amar é amar. não t eparec eevidente?
Parece-me evidente que amar é ter cuidado pelo outro, tratá-lo bem, acolhê-lo, dar. Em último caso ser um bodhissatva, abdicarmos de nós para nos dedicarmos ao outro, sentirmos o outro, sermos empáticos. E vai muito para lá disso.
Não será um amor por uma coisa um amor vazio, um falso amor? (a menos que essa coisa tenha valor sentimental, represente alguém ou uma relação).
então concordamos em que não é possível um areligião materialista, mas diferimos nas razões, eu vou pela insatisfação com as coisas, tu pela vacuidade do amor pelas mesmas. será isso?
Aparentemente, sim. Mas talvez se trate mais de uma questão prática do que teórica, já pensaste nisso?
assim como?
Concordamos em que a religião é amor, certo? O amor é prático, ocorre na relação com o outro. Logo é uma questão prática.
percebo e concordo. a propósito, aocnselho-te a ouvires o discurso de karen armstrong na recepção do ted awards, é lindíssimo e foca precisamente este problema.
Assim farei. Boa noite Maltez.
uma religião sem misticismo, sem metafísica,sem teologia.
uma religião universal que tenha o amor por princípio, a ordem por base, o progresso por finalidade.
Augusto Comte
Catecismo positivista, ou exposição sumária da religião universal em onze colóquios sistemáticos entre uma mulher e um sacerdote da humanidade.
Vossemecê ainda vai... em Augosto Conte?!... JCN
Corrijo a gralha, devida a "dedos grossos" ou pura desatenção: Augusto Comte". JCN
tudo é paz quando tudo é paz amigos e inimigos. um bem haja para todos.
ao som do primeiro álbum de Sade, seguido de Play de Moby.
Um Abraço.
é curioso com m etennho sentido em paz nos últimos dias. as ervas daninhas são tramadas, se a sarrancamos sem salgar a terra crescem de novo. o trabalho da terra nunca trabalha e a profissão de jardineiro é das mais duras que há. bem hajam os jardineiros que sob a sua extrema força nos oeferecem a sublime e séria leveza dos mais belos jardins.
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