Te amo, Eternidad. Ven fuego blanco
Que tiemblas en las cosas del abismo
Y vives dulcemente como un río.
Yo quiero deshacerme en tu ternura
Caído entre tus manos y tus labios,
Abierto ante el fulgor de la constancia.
Y quiero responder a tus palabras
Altas y silenciosamente erguidas,
O arder como las calmas subcelestes.
Como un lento rumor desmoronado,
Como una rueda obscura o destruída,
Estoy ante tu luz rosal e inmensa.
Apártame del negro monumento
Del profundo martirio de lo inerte,
O dime si también es alma todo.
Parcialmente conozco tu hermosura;
estás en lo que llamo lejanía,
Estás en los desiertos de mi pecho.
Estás en mi alegría más reciente:
Palacio moribundo de sonrisas,
Hiriéndome y cantándome. Te adoro.
En tus puras acacias transfiguro
Mi bárbara dulzura insostenible,
Mi externo desconcierto deshojado.
Eleva con mi voz los horizontes.
Te amo. Sí, te amo, bloque ardiente;
Purísima catástrofe de lírios
(Excerto de "El Cordero"- Juan Eduardo Cirlot)
13 comentários:
cada verso um poema
puríssima catástrofe de lirios
é um convite irrecusável
a que o leitor se confunda
com os escombros
Lindo!
Obg
Este poema faz-me estremecer, de ponta a ponta. Um daqueles raríssimos poemas que gostaria de ter escrito. Escreveu-mo ele, quando o li.
É no leitor que germina o poema, é nele que se cria o infinito de sentidos de que nem o poeta suspeita.
Um beijinho(um pouco febril, aqui da Maria.
Outro para a Anaedera, doçura de pessoa!
De J.E.Cirlot, pobrezinho, caído assim aqui "de supetão" em serpentina graça, nada direi. Disse ele (quase) tudo o que pode ser dito: isto é, perto de nada. Já é muito.
Algumas dúvidas, entretanto, cabem neste "perto de nada":
Quando a febrilesca senhora postante-comentante se diz estremecida "de ponta a ponta" é geo-grafia ou sismo-grafia que devemos utilizar?
Como a senhora fala "dos raríssimos poemas que gostaria de ter escrito", deduz-se que os que vai escrevendo não só não são raríssimos, como não são "gostados de escrever". Será? Bolas, minha senhora! :))
(Eu, para aqui, a admirar o que a minha amiga escreve, e depois sai-se com uma destas!?)
Quanto ao resto.
Há o não-continente do poeta e há o continente do leitor.
Aquele "escreve" no Aberto; este lê, conforme pode ou sabe, no Fecho do ferrolho de si.
Aquele é relativamente cego-vidente e mudo-dizente; este, em parte um visitante cego e um surdo, diferente em cada dia.
Imaginá-los co-incidir de sentido (ou sequer de non-sense) é, quanto a mim, temerário ou até temeroso optimismo.
Ponto. E seu pesponto.
Platero (bem ao seu jeito) deixou, entretanto, aqui um autêntico burrié poético madreperolarmente ofuscante:
"puríssima catástrofe de lirios": "convite irrecusável/ a que o leitor se confunda/ com os escombros".
É preciso ter puríssimos os escombros do irrecusar dos lírios, para escrever coisa assim! Uff!
Por fim, o "Lindo!" de Anaedera é, bem ... lindo.
"Te amo, Eternidad. Ven fuego blanco"
P.S.
O façanhudo do Lapdrey manda beliscões e dentadas!
À escolha!
"Del profundo martirio de lo inerte"!
(Aberto está um leque variadíssimo de respostas possíveis a este último comentário. Ou apagá-lo, por provocador, ou ironizar, no mesmo tom, ou retirar o post e apagar todos os comentários, - o que seria ofensivo para quem comentou - ou… ou… sorrir placidamente como se nada fosse… ou todas as coisas e nenhuma…)
Ou… como tenho febre e tempo, responder-lhe:
De “supetão” lhe saem as palavras, senhor MeTheOros…
Vou responder-lhe ponto por ponto, deixemos por ora o pesponto…
1. Os estremecimentos de alma são "sismos" imensuráveis e "geografias" do indizível.
2. Não escrevo poemas para serem admirados;
3. Só sorrio quando quero e para quem quero;
4. (Estou de mau ou bom humor quando me apetece);
5. Não é no “continente”, mas no “Pingo Doce” que se consegue “zero de incertezas e “zero de preocupações”. E, ao que consta, está sempre Aberto, até aos Domingos…
6. O meu amigo está com um péssimo gosto para o “marisco”. Não gosto de “burriés” nem de “chulé com patas”. Todas as palavras que terminam em “é”, (até o pobre Cimabué não escapa), me soam mal às narinas, Deve de ser da gripe ou dos “escombros” dela.
7. Lindo, é lindo, sem mais.
8. Recebi as “dentadas” e os “beliscões”. Acho que mereço.
9. Agradeço.
P.S. (Não podia faltar...:)
Vá-se catar, Ó Lapdrey!
Ah! Já me esquecia!
E tire essa coisa branca da cabeça que lhe fica mal,para se poder catar melhor:))
Entre a resistência a reagir arrasando aqui toda a variegada humanesca vegetação e fauna blóguicas, a minha amiga, perdão, Amiga, logrou activar a fundo o ABS da costumeira verve. Muito bem.
Compraz-me constatá-lo (aquilo, a minha amiga dá-me um valente estalo!): o que, obviamente, lhe é (e a mim também) in-diferente. Assim é que é bonito!
A coisa vai melhor, portanto.
A aparente calma quis-se acalmada para se acalmar da descalmaria: por certo, dos sismos palermas do parvalhão do re-actor metheorítico e lapdreíco.
(Aqui, vou eu tomar o meu calmante asteróidico)
Ah... e mando (não mando: envio) beijinhos - já sei que vou levar um valente arranhão!
Ah, e obrigado a mim mesmo, por alhures me ter lembrado de tirar alguém do esquecimento em que eu mesmo havia caído.
Valeu este abraço de "ódio", de um tão lindo anaedérico "Lindo!", a propósito do tão grande catalão.
(Nós, nestas pequenezas de amofinos de outrem e parvoeiras próprias!)
Valeu (como sempre vale).
Valete!
(Pedindo desculpa aos outros bloguistas e Amigos por esta prosa dirigida a MeTheoros, respondo)
Quando temos a tentação de arrasar, como sabe, é a nós mesmos que arrasamos. Deveria saber isso melhor do que eu. Fez muito bem em “controlar-se”, creio que se está sempre a tempo de aprender a contenção.
Se, por outro lado, é a mim que se refere, tentando “adivinhar” quais os processos mentais e emocionais que me levaram a responder-lhe daquele modo, supondo que teria eu querido “arrasar” qualquer “fauna” ou “flora” bloguista, tire daí o sentido. Fui clara e concisa, quando lhe respondi a si. (Embora não isenta de alguma “ironia”, confesso).
Não pretendo “arranhar” ninguém e menos ainda “andar ao estalo”. Nunca pretendi. Fere-me pensar isso.
Na verdade, irrita-me, confesso (já lá vão duas confissões), a postura de certas pessoas que se pensam “donos da verdade” (como se soubéssemos o que ela é) e, em alguns casos, até superiores a ela, sem terem em atenção os outros seres. Magoa-me sempre que isso é dirigido aos outros, muito mais ainda do que se fosse a mim mesma. Feitios e “amofinos” por outrem.
A palavra que usou só mesmo entre aspas e a brincar a uso. Sou incapaz desse sentimento. Fique sabendo.
A esse catalão (veja lá o que o senhor sabe!) esse tal de J.E. Cirlot, também é indiferente o que os bloguistas pensam dele (bem basta o consultá-lo amiúde, pelo menos no seu dicionário de símbolos). Já agora, gostaria de saber a carga simbólica desse asteróide que o identifica. Deve haver um erro, mas não sei qual é.
Continuo a achar o poema do catalão, sublime. Gostaria de o ter escrito. Também não sei por que digo isto, nem que importância é que tem a autoria, se ao poeta é retirada toda a “autoridade” a partir do momento em que o leitor o lê. Mas lá que é lindo, é. Por isso o coloquei aqui (com o título do post, como se percebe, a contextualizá-lo, sem “supetões”:) pese embora possa não o ser para outros leitores, ou até em outros momentos, para mim mesma.
Continuo a gostar mais de escrever do que de ler e comentar. Pronto e ponto.
Valente!
Valete!
P.S. Quanto a beijinhos, gosto. Não sei porquê, devo ser diferente de outras pessoas!...
Acho até que gosto mais do que de dentadas e beliscões, porque será?
:))
Pronto, Maria, vá lá! Tome lá um beijinho.
Mas só um (e meio): dizem que cria habituação. E depois recria. Etc.
E fique lá com a bicicleta Cirlot, à vontade. Eu prefiro caminhar, lendo o Dicionário de Símbolos do senhor Juan Eduardo: às arrecuas, de cabeça para baixo e sem óculos.
Eu gosto mais mas não é tanto de escrever: é mais dessas "catástrofes de lírios" que tal doce hecatombe a que muitos chamam escrever (des)faz de/em mim, e do que disso resta (não resta) do que eu, mais por mera questão de hábito, chamo de mim e de (m)eu.
P.S.
Continua - todavia, contudo e entretanto - a parecer-me que pode haver (eu disse pode haver, não disse que há!) quem reaja a quente e depois, a quente ainda, escreva sobre esse re-agente e essa panela de pressão. Pode ficar gira a prosa, mas em geral fica um nadinha embaciada por isso, e também pela ausência do que lá "deveria" (poderia, melhor) estar e que, por via disso (e daquilo), não está.
Apenas isso.
(E depois eu é que escrevo muito!...) :)))
P.S.
Um dia (ou noite) destes, em que eu tenha muito que fazer, ainda mudo aqui de "avatar". A quadri-borbulha infinitesimal na testa do lulinha de olhos fechados parece incomodar a auto-esfinge ocular de certas e indeterminadas pessoas. :)))
P.S.
E, agora, vou-me embora, que vou fazer chichi. Pela testa: pois é para isso que serve aquilo, na testa do lula, que porventura incomode alguma pessoa.
Ah, e vou inventar um símbolo cirloteiro para chichi virtual. :)))
Estou aqui à espera que arrefeça...
...................................
com a febre não é fácil..............................
Continuo à espera...................................................................................................
Está quase nos 37º................................
Afinal, acho que não merece resposta.
P.S. Não gosto de linguagem rude, nem de "incontinência espiritual" nem virtual.
Já tenho uma bicicleta Cirlot, vou dar mas é uma volta pelo infinito e mais além...
A ver se não embacio o espelho com cuspo de prosa, para não utilizar outra escatológica palavra.
P.S. Deve ser abjeccionista, este também! (pocaía!)
Já não quero beijinho nenhum! Nem abracinho! Livra!:)))
Fim de prosa.
Pronto. Mudei de humor.
Trago uma bandeirita branca. Não consigo! Não consigo estar zangada com ninguém!
Eu sou "Ninguém" e nem por isso me zango comigo.
Mas digo já, para não haver confusões, foi o meu Amigo que começou!
Um beijinho terno, Amigo.
Perdoe esta sua Amiga, tão mau feitio, tão má.
(Agora bailam nos meus olhos, não bicicletas de Cirlot, mas lagrimitas, mariquitas e amiguitas de ternura.)
Que belo poema, não acha?
Era assim que devia de ter começado...
Que a Paz esteja consigo, Amigo do meu coração!
Que belo poema, não acha?
(Foi assim que, nalgum universo paralelo, eu comecei)
Paz!
(...catrapás trás, evidentemente!) :)))
:))
(Se Lapdrey soubesse ou MeTheOros sonhasse o que me apetecia dizer-lhe, agora... Acho que me dava com um "paralelo" na testa, para ficar assim, infinitamente esfíngica e inerte (risos) para todo o sempre e em todos os universos e multiversos
possíveis e impossíveis (ahahah!!!)
Beijo de boa noite, bom Amigo.
Belíssimo poema, este de "fogo branco", como eu gosto tanto.
"Y vives dulcemente como un río!":
Magnífico!
"Como un lento rumor desmoronado,"
"Estoy ante tu luz rosal e inmensa."
"Estás en lo que llamo lejanía"...
Cada sopro, cada som, é reminiscência audosa de mundos desfeitos no peito de ausentes serranias...
"Puríssima catástrofe de lírios"
Sabe bem dizê-lo...
(Os lobos uivam na serra, o vento aperta mais à cintura negra da noite, o puro diamante do silêncio. A pura ausência chove...)
Deve ter sido da pancada do "paralelo" ou da queda da bicicleta Cirlot. Deu-me para isto!:)))))))))))))
Beijinhos.
Enviar um comentário