domingo, 13 de fevereiro de 2011
Desomenagem a Agostinho da Silva, no dia em que faria 105 anos
"Acho graça às homenagens
que me prestam,
excelente sinal de ilusões
que a eles restam;
sou tão humano quanto os outros,
com qualidades e defeitos
e mais as manhas que se escondem
em seus peitos;
[...]
de nós nada mais deixamos
que vãs memórias,
só Deus é grande, só Deus é santo
e o demais histórias"
- Agostinho da Silva, Uns Poemas de Agostinho, pp.17-18.
Li este poema no início do lançamento da antologia que organizei de Dispersos, de Agostinho da Silva, em 1988, no Mosteiro dos Jerónimos, numa mesa presidida por um sonolento presidente Mário Soares e perante a ruidosa "fina flor" das elites e da sociedade portuguesa, reunida para homenagear o filósofo que nunca tinham lido e para beberem uns copos à borla. Passados uns minutos, a presidência da mesa, incomodada, estava a pedir-me que parasse de falar...
E hoje o "vagabundo anarquista, como se definiu, continua a ser repasto de todas as aves de rapina.
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2 comentários:
Bom trabalho
obrigado, Paulo
abraço
No coração vazio também pode entrar a compaixão.
Ouve quem tem de ouvir e está quem tem de estar. E fala quem tem de falar.
Como diz o poema não é quem valoriza que engrandece.
Engrandece-te se não te ouvem e te desprezam porque querem ouvir-te ao falarem. Apenas querem ser o que falas, a seu tempo.
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