terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Ciber-chulé
Uma das (curiosas?) consequências de certas botanetas para inserir em sites e blogues, que os informáticos passam o tempo a inventar, e com que nos convencem a ligar blogues a redes sociais e outros etecéteras, é a de que toda a alminha opiniosa e bicho-de-conta-de-gente comenta na rede social, e o blogue fica às moscas de comentários. Interessante.
É ver, como exemplo disto mesmo, o caso do blogue da revista Cultura Entre Culturas: não fora um ou outro obstinado resistente que por ali insiste em postar e comentar, e as mães moscas leriam os posts para as moscas-filhas. Enfim, é o frenesim e deleite da "visibilidade" social em rede. Uma maravilha de parvoeira "global"(mente) acelerada! A maioria das criaturinhas não se conhece, mas todos falam como se fossem velhos amigos, e até dão conselhos uns aos outros e botam sentença e tudo, sobre o que sabem e até sobre o que não sabem. Porreiro, pá! Em toda gente, pelos vistos, há um cripto-comentador político ou desportivo.
O pior é o que isso tenha a ver (ou não) com a realidade: a real, claro. E a irreal, também – posto que rede social, se não é propriamente realidade, também não chega a ser irrealidade. É assim a modos que um (im)puro nem-carne-nem-peixe, a cheirar a águas turvas ou paradas, que são confundidas com o cheiro a marisco fresco. Quem nunca o cheirou, obviamente nunca o identificará, e vendem-lhe chulé com patas por marisco. É perto do mesmo, o de que aqui falo.
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1 comentário:
Posso partilhar?
Tudo vai da intenção, da força e da energia que depomos através dos objectos.
O meu cinzirino padece, a modos, da mesma virtude. Poucos ou nenhuns o visitam, desde sempre. Que descanso regressar a casa e ver tudo arrumadinho... às vezes, às vezes... como agora (ele há coisas...) desconfigurou-se-me o HTML da página. Há aqui alguém que me ajude?
Compreendo a sua revolta.
O suposto mundo da partilha virtual está fora destas estruturas em HTML erigidas sobre a base da ideia de folha de jornal-vivo, onde se pode, acaso se queira, modelar, contemplar, ler, reflectir, deixar uma opinião, uma ideia, ou um testamento mas, rara e dificilmente, um diálogo.
Estou com(o) 'o outro'... vemo-nos no Second Life, ou no Linkedin, ou no... (pesquise-se extensa lista de redes sociais)
É de facto um grande vazio...
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