O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O espaço de nós

É mais que tempo do espaço dos símbolos
brotar de nós e fazer magia no mundo
é um mar de cintilantes visões
- mas a luz intensa também cega

Não queremos esperar mais milénios!
Tudo é dentro de ti e depois no mundo!

Fazemos uma reunião, nesse dia de céu puro
São campos verdes ao som dos tambores
De mãos dadas com quem amas

Pensei em ti e tudo está ligado:
Com a descoberta e conquista de nós mesmos
- criaremos o mundo

é por isso que depende de ti




um abraço
David Amaral

9 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Que impoética... salgalhada! JCN

Anónimo disse...

é um comentário adequado, nao so pela desordem e mistura, mas porque o tema de :"Dar-lhe sal" é importante para mim.
Agora, a poesia está dentro de nós, acho eu.
Um abraço

João de Castro Nunes disse...

Uma pitadinha de sal... fica sempre bem, tanto no prato como no poema: o tal "granum salis", que o Prof. Vacão recomendava aos seus alunos. Mas... nada de abusar! Quanto ao lugar da Poesia... cada um é que sabe onde o tem, de preferência no coração, metaforicamente falando. Caso saia para o papel, em letra de forma, aí começa o drama do artista! JCN

Paulo Borges disse...

O mundo começa e finda em nós... E nós?

Anónimo disse...

Sei que pode ser desagradável a desordem na mistura sem regras, sem rimas...! Talvez seja desordenado porque é uma matéria bruta inicial que quem quiser pode interpretar como quiser.
É curioso, mas, com o “nós” quero indicar algo que se faz colectivamente. Mas também pode indicar o sentido de algo bloqueado, como uma corda atada por um “nó” (Nó górdio?)
Dou a mim mesmo a pequena liberdade de ligar palavras para ver os novos sentidos que dá por isso sai sempre uma salgalhada! (de algo modo a ideia de SALgalhada, de “sal” está ligada ao azar, lembro-me do poema de Pessoa sobre Salazar) Posso dar-me a essa pequeno "luxo" num contexto recreativo? Ou devo também submeter sempre as regras do controlo da ordem também em frases?
Com o "espaço de nós" quero dizer o espaço colectivo da consciência, no duplo sentido, talvez exista algo bloqueado, como se ata uma corda com um nó?, nessa espaço colectivo de consciência colectiva.
O que queria dizer com o poema é que no mar das possibilidades para resolver qualquer problema cada um por “si” deve partir do espaço da sua consciência primeiro, antes de tentar resolver qualquer coisas.
Isto é, se se quisermos um mundo melhor, tempos de resolver primeiro possibilidades no espaço da consciência individual e depois no espaço da consistência colectiva
Queria só dizer com aquela “salgalhada” que o espaço da consciência colectiva tem de interpretar urgentemente a “magia” dos símbolos que nos rodeiam e que pela consciência colectiva se pode ter o poder para criar e resolver os problemas do mundo.
Uma leitura poética da física quântica também é possível, no sentido que no espaço do pensamento colectivo, se muitas pessoas pensarem num evento, podem determinar que se realize esse mesmo evento...

saudações

Paulo Borges disse...

Bela explicação, que não sei se vai ser entendida pelo comentador de serviço...

João de Castro Nunes disse...

Ironia à parte e promoção a menos, salgalhadamente falando, temos de convir que, se a poesia consistisse em palavras a esmo, não haveria maior poema que o prontuário ortográfico: está lá tudo! JCN

João de Castro Nunes disse...

Caro colega: não estou interessado no seu lugar; há muito que já me encontro jubilado. JCN

João de Castro Nunes disse...

Se a palavra contivesse
dentro de si poesia,
o dicionário seria
a maior antologia
que no mundo se conhece!

JCN