sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Paraíso Perdido
Canto IV 356-375
Quer onde o Sol, em todo o giro diurno,
De luz e de calor os campos enche, -
Quer onde a sombra de contiguas ramas
Lindos passeios ao mei’dia tolda.
Este sitio feliz todo era encantos;
De perspectivas mil se matizava:
Aqui, formando deleitosas ruas,
Sempre florentes arvores destilam
Preciosas gommas, balsamos cheirosos;
Brilham de outras alli pendentes fructos
De casca de oiro, de sabor insigne,
Realizando-se alli, alli somente,
Quanto as Hesperias fabulas divulgam.
Eis se interpõe um valle, uma planície
Onde alva mansa grei pasce a verdura;
Ou crespo oiteiro de suberbas palmas;
Ou regadia várzea em que amplas moitas
Das todas a ufania ostentam,
Entre as quaes sem espinhos se ergue a Rosa.
Milton. 1884. Paraíso Perdido. David Corrazzi – Editor. Lisboa. pp 123-124
à Poetiza dos Jardins
e ao seu canto de Saudade
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2 comentários:
A minha gratidão é uma nova rosa plantada em um jardim imaginário e saudoso desse mesmo jardim, de onde a luz do meio dia eterno brilha, tão só para dar sombra aos que, sentados no jardim,contemplam as folhas que, vagarosas, em Outono cantam, fitando o Oceano eterno, entre silêncios.
No banco sombrio que ainda lá está nos guarda a todos de tormentosas mágoas, esse brilho solar. Nos acende uma Rosa no peito, a flor da Amizade.
Grata e "um abraço destes braços" e um sorriso.
Um abraço também.
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