O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 9 de abril de 2010

A BAUDELAIRE



O Estrangeiro

"Quem amas mais, homem enigmático, anda? Teu pai, tua mãe, tua irmã ou teu irmão?
- Não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
- Teus amigos?
- Utilizas uma palavra cujo sentido me é até hoje desconhecido.
- Tua pátria?
- Ignoro em que latitude ela se situa.
- A beleza?
- Eu a amaria de bom grado, deusa e imortal.
- O ouro?
- Odeio-o como odeias Deus.
- Ora! Que amas então, extraordinário estrangeiro?
- Amo as nuvens... as nuvens que passam... lá longe... lá longe... as maravilhosas nuvens!"

3 comentários:

rmf disse...

"Há tão pouca gente que ame as paisagens que não existem!..."

Cumprimentos

Anónimo disse...

"beaudebelo"!

Há tão pouca gente que ame!

Um abraço ao Rui
e um sorriso
para os dois.

platero disse...

o chamado (gosto)
ne
fe
li
bata

reiterados abraços