O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A religião da contemplação

Dever-se-ia criar a religião da contemplação. Sem rituais estranhos nem alienação em relação aos sentidos, sem festas religiosas, sem feriados ou datas marcadas, mas com o único ritual de fruir a experiência estética (aisthesis, sentidos) da vida. Sem mestres, gurus, mas apenas aprendizes. Sem crenças discursivas relativamente ao que é ou não é. Pura fruição experiencial do momento.

Penso que esta religião existirá e que será a última de todas as religiões, quando estivermos numa fase mais avançada da nossa existência (se lá chegarmos... e nem para tal nem para este objectivo nos basta a Ciência). Gostaria mais que muito que assim fosse - a vivência do Paraíso na Terra.

Que venha o bem-vindo futuro! Ámen!

1 comentário:

Anónimo disse...

Anónimo

Para repararmos no bem que nos aconteçe é importante dar valor ao sofrimento que se segue a uma visão mais bela da vida...

Não esquecer que estamos na terra,
De que se teçem nossos sonhos?
Regressos constantes à origem feitos na solidão imensa desta finisterra.