Na distância mora o fim dos meus rumos
O que dá às romãs o esquecimento
Do seu sabor ser apetecido
É treva densa a irromper do húmus
No vago torpor de cada momento
O princípio sempre já acontecido
A eterna saudade de não ter sido
Alucinação rubra e continuada
O pó da estrada de me perder
A noite revisitada da amurada
De ter partido um dia sem saber
Que a sorte não tem norte nem um porto
Chegar é quase ser tudo e estar morto
Lavrado de longes sou sem querer
6 comentários:
gostei especialmente das 2 últimas estrofes.é um poema introspectivo, e profundo.
Um canto, um soneto.
Sempre Paulo Feitais!
Um abraço amigo.
Há entardeceres em que tudo isto nos passa pela cabeça ou pelo coração.
No fundo, são entardeceres saborosos, quase sempre lindos de sol e de mar...
E Romã... é um fruto do Amor...
Romã é o mesmo que escrever Amro ao contrário.
Paulo, belo regresso.
Confesso que já tinha muitas saudades desse Amor que escreve sempre com palavras suas*
Sou fã deste Feitais de belo efeito!
Paulo,
Na distância, dizias, também mora o princípio dos rumos... "Lavrado de longes sou sem querer" e chegar, Paulo,é nascer-
Agora a tua paisagem...meu Desus!
Importas-te que guarde nas minhas imagens?
Um abraço terno.
A todos o desejo de que estejam a ter uma excelente eternidade, branda, lúcida, plena de amor. ;)
E, saudades, a paisagem não é minha, é da Roca. :)
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