O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 24 de fevereiro de 2008

De como o Paulo Borges deixou de falar comigo (Pré-história de um Evento)

A minha mãe mandou-me um e-mail a dizer que eu cometi um erro gramatical. Na mensagem do Goncalo Cadilhe, escrevi perquem. Claro que poderia substituir discretamente a forma verbal pela correcta. Ou então poderia vir aqui (já que há tanta gente letrada neste blogue) mandar uma piada e rir-me (sem vontade) da situaçao.

Infelizmente venho dizer algo mais grave e importante que a gramática, uma heresia na serpente emplumada pessoana.

A minha pátria não é a língua portuguesa.

Poderei dizer algo mais hediondo que isto?

Sim.

Nem sequer sei qual é a forma correcta. Como se conjuga o verbo perder no imperativo? Como se con-juga o verbo perder? Não será apenas um verbo passivo, inconjugavel?


Renuncio à minha pátria, à minha língua ao meu nome.

Isto não é poesia portuguesa. Eu sou sem ser.

2 comentários:

Ana Margarida Esteves disse...

Não acredito que o Paulo tenha deixado de falar contigo por uma coisa tão mínima;-) ...

Anónimo disse...

Algum dia o Paulo Boregs vai fastar-se de mim. Eu já estou a facilitar-lhe a vida e assumir a minha culpa (por isso pré-história de um evento)