O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Criemos uma nova religião

O que quer que venha, o amor que sentimos por seja o que for é a coisa mais importante do mundo. Não há nada para lá daquilo que sentimos, imaginamos, lembramos, sentimentalizamos... nada para lá daquilo que sabemos que há. O mundo, o mundo é como um grande sonho, chamemos-lhe de Vixnu ou de outro qualquer, os deuses são criações humanas. Mas se Deus existe? Sim, existe uma razão, por descobrir, para que tudo isto exista. Se formos suficientemente burros para a descobrir, que vivamos vidas de pura contemplação sensorial das belezas e sublimidades de um mundo que não é o adversário, como alguns querem fazer crer. Paz e amor para todos e, sobretudo, para a Ana Margarida Esteves, que não conheço pessoalmente, mas que tem escrito uns belos e emocionados posts neste espaço, que me fazem lembrar que o amor é, de facto e sem ser piegas, o mais importante que há neste mundo repleto de amor e sofrimento.

Criemos uma nova religião, todos juntos, a partir daqui, a religião do futuro e última, com o único e livre ritual da contemplação estética da magnificência de um Cosmos que se dá a cada momento, belo e sublime, para lá de todo o sofrimento. Sem meditação, sem oração, ou com meditação e oração, como quiserdes, à maneira de cada um, mas criemos a religião que é isso mesmo, a de cada um, vivida com pleno sentido por cada um, sem rituais estranhos e exteriores a cada um, e implementemo-la, cada vez mais, até que engula todas as outras, para que a Humanidade passe para o estádio seguinte de evolução, o da paz entre humanos e contemplação das belezas e sublimidades do Cosmos.

Paz e amor para todos.

P.S. Ana Margarida Esteves: não irias querer conhecer-me, porque a minha persona é estúpida e arrogante, ao contrário do que os meus escritos, que me vêm da alma, que não é minha mas de todos aqueles com que algures me cruzei, podem fazer crer. Paz.

20 comentários:

Ana Margarida Esteves disse...

Sinceramente, Nuno, não acredito que a tua persona seja assim tão estúpida e arrogante quanto o dizes.

As personas realmente estúpidas e arrogantes nunca reconhecem que o são. Sei do que estou a falar.

Terei muito gosto em conhecer-te pessoalmente em Maio/Junho (se assim o quizeres, claro).

Um forte Abraço,

A

PS - Está a nevar a cântaros lá fora e eu estou a fechar em casa a estudar, lavar roupa e a procurar voos de Boston para Lisboa para as próximas semanas, cujo preço não me deixe endividada para o resto da vida e não me obriue a "chular" os meus amigos mais abonados ou professores mais caridosos.

Anónimo disse...

Caro Nuno, "paz e amor" tudo bem, mas que haja algum discernimento e menos ingenuidade... O que é isso de não haver nada para lá do que percepcionamos, de religião de "cada um", de "estádio seguinte de evolução" ?... Francamente, acho um discurso um bocado ultrapassado e soporífero... Este blogue está aliás a ficar um bocado nessa onda, dos beijinhos e parabéns mútuos, dos amiguinhos e das amiguinhas... Um bocado seca, acho !...

afhahqh disse...

Sim, Intempestivo, tens toda a razão. É que, enquanto escrevo, exalto-me e deixo-me levar pela ingenuidade própria de uma criança, que acabo por não viver quotidianamente.

Um abraço.

Anónimo disse...

Se a humildade, a ingenuidade e a graça tivesse um nome de jovem, porque não chamar-se Nuno.
Os teus posts são sempre impoduradamente comoventes, quer tenhas ou não razão, seja o que for que chamamos a isso.

Anónimo disse...

Se a humildade, a ingenuidade e a graça tivesse um nome de jovem, porque não chamar-se Nuno.
Os teus posts são sempre impoduradamente comoventes, quer tenhas ou não razão, seja o que for que chamamos a isso.

Anónimo disse...

Ana Margarida,

Quantos cântaros de neve encheu hoje? :)

Anónimo disse...

De quantas margaridas é feita uma rosa ?

Ana Margarida Esteves disse...

Obscuro, ainda não os medi porque ainda não pus os pés fora de casa;-). Amanhã digo-te.

De quantas margaridas é feita uma rosa? Não sei. Porque não perguntas á rosa?

Anónimo disse...

a rosa não fala
floresce e cala

Ana Margarida Esteves disse...

Talvez as pétalas falem.

Ou o perfume.

Anónimo disse...

Atenção às confusões, Ana Margarida, é preciso estar sempre atenta. «O Verdadeiro Obscuro» e o «Obscuro verdadeiro» nenhum deles é o Obscuro. Creia-me. Este blogue omeça a estar cheio de armadilhas, decerto cairemos nelas todas...Não receamos. Quem perguntaria «De quantas margaridas é feita uma rosa?, como poderia isso ser? E a resposta do outro? Vê-se que não conhece S. Francico de Assis.

Ana Margarida Esteves disse...

São Francisco de Assis ... Os Fraticelli ... "O Nome da Rosa"?

Ana Margarida Esteves disse...

Quem é que faria uma pergunta dessas? Um ser que conhece a linguagem das plantas e de outros elementos da natureza?

Anónimo disse...

S. Francisco cala
a rosa fala
o gato pia
a coruja mia

o perfume é lume
só ata o que desune
o obscuro é sono
de margarida trono

a rosa veio
rodopiar no meio
maltez amigo
o povo está contigo

desnuda era
casta mas severa
desperto afoito
o blogue do oito

este é o vero fado
finou-se o teclado

Anónimo disse...

CLARO! Creio que foi Santo Inácio de Loyola (??) "Calai-vos florzinhas, já sei o que quereis...» Se as florinhas responderam... é um mistério que havemos de desvendar...

Um sorriso ensonado :))

Ana Margarida Esteves disse...

Será que então podemos considerar que o Ricardo Araújo Pereira é uma reencarnação do Santo Inácio de Loyola ("O que tu queres sei eu, pah");-)?

Anónimo disse...

Espectacular!
:))
Aprecio em si a resposta sempre pronta...

Ana Margarida Esteves disse...

E eu aprecio muitíssimo a sensibilidade das várias faces do obscuro ... Ou dos vários obscuros que se desobscurecem no obscuro;-) ...

Que venha o mês de Maio:-)! Que venha a Primavera:-)!

Anónimo disse...

O que nós queremos vocês já sabem

Anónimo disse...

É melhor que vocês nunca saibam o que nós relamente queremos.

=^..^=