sábado, 29 de novembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
Se estiver interessado em Cursos de Introdução à Meditação Budista e ao Budismo, bem como sobre outros temas, como Religiões Comparadas, Fernando Pessoa, Mestre Eckhart, Saudade, Quinto Império, contacte: 918113021.
10 comentários:
A visibilidade do invisível... Religioso e profundo! Perfeito!
Dessa antiguidade trazes, oh voz bem-aventurada, os movimentos do beijo em que tocada a abertura da tua funda e alta voz, repousámos no silêncio e na morte! Esse beijo que chegou do canto era um movimento de Eros ou Vénus que vinha de outras eras e das esperas, e confiámo-nos na Língua Pura dos sons e das lágrimas. Ai o canto que silenciámos tocou os anéis da alma e nessa "vox apassionata" sagrámos as núpcias da carne que fomos e da qual nos despimos, porque um canto é um beijo (en)cantado!
Num beijo esvaziámos a voz que nos desprendia a alma, Amor, Amante, Amdo, no vórtice do vento e dos abismos passivos e consecutivos que vindos da sedução insondável do "para além de nós" cada um desenhava no outro: beijando e cantando o não-ser que nos enlaçava e tão bem nos libertava.
Nos céus, a Língua já não seduz. Conduz a uma eternidade que reveste corpo e voz da imobilidade em que nos contemplamos, Amor, Amante, Amado, como um Universo em expansão.
É por isso que quando se canta...se chama o Universo ao Instante e tu, recordação intacta, abres a boca para num beijo sarares a ferida da existência.
Quando, sem ti e de ti perdida, oro, fecho a boca, mas recupero em canto como junto de Deus nos mostrámos, nus e sem linguagem. Deus ama os que, como nós, se amaram:
"aller par amour et par amour s'arrêter, respirer l'amour, le dire, le chanter,
C'est passer la vie comme les séraphins" Silesius
Na Língua do canto cada um de nós, enfim, tinha a asa com que o outro se alava e Deus em nós se deliciava...porque é no júbilo dos amantes eternos que o júbilo de Deus resplandece como cântico dos cânticos...
beijos!? nem deve saber o que isso é... a arte dela é muito mais funda...
E os beijos, não podem ser fundos, mesmo quando não chegam a tocar a pele?
É preciso entrar em estado de palavra. Só quem está em estado de palavra pode enxergar as coisas sem feitio.
Manoel de Barros
Silencio-me profundamente ante o video e a palavra do Silêncio profundo. Eros reencontrou Deus.
Espero que os leitores e comentadores tenham entendido o que foi tornado invisível no filme, por requintados processos tecnológicos...
E o estado de palavra não é o estado fundo do silêncio?! Sabemos com segurança o que é um e outro?! Conseguimos definir silêncio sem palavra?! Ou o comentário vem de quem tem, à boa maneira dos Gregos horror ao silêncio e ao informe...mas o que é o sentido? Haverá "sentido" com logos e o "sentido" sem logos, ou não?!
Ainda bem que a tecnologia consegue cortar o óbvio e remeter para caminhos outros o que era esperado só num certo sentido...está tão bem ali sozinha a senhora...e não será altura e tarefa tornar o óbvio menos óbvio, assim como o pornográfico sagrado, o feio, belo e por aí fora...se a tenologia o permite, não a condenemos apenas...façamos dela um meio para aperfeiçoar o que nos rodeia...
Podemos apenas ouvir e sair da imagem, podemos ver e não ouvir...podemos tanta coisa...e escolhemos sempre pouca coisa...
Profunda verdade, caro anónimo...
Se soubéssemos de quantos "incubus" andamos possuídos...
Enviar um comentário