O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O amor possível

E se o amor fosse fonte
de inquietude,
mas não pela forma,
nem pela política
do fazer-se amar?

1 comentário:

Anónimo disse...

O amor só é fonte de inquietude pelo mistério sedutor que nele possa haver. O amor sem objecto ou, se quisermos, o amor não apenas camoniano - que muda o amador na coisa amada,ou vice-versa - é claro, simples e incondicional. Às vezes existe. Em ficção, existe sempre, quando desinteressado. Sem falsos moralismos, só estou aqui, porque quero e porque me deixam entrar.Também gosto de charadas.