O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 9 de fevereiro de 2008

Memória mística

Não deixes que o Tempo apague as combinações raras nascidas do poético improviso e da sábia analogia. Regista sempre, regista, o que te diz o silêncio.
Cala apenas as palavras repetidas pela plúmbea aurora anoitecida.
Não deixes que o Tempo arraste o caudal de sensações gravadas naturalmente na folha lisa da Vida.

Regista sempre, regista, o teu sol mais luminoso, a torrente devota e fecunda dos teus sentidos.
Aviva a torrente devota e fecunda da maré dos teus sentidos.

1 comentário:

Paulo Borges disse...

Resguarda-te de cair no tempo pela manutenção nos cumes do instante.