O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Gap var Ginnunga - Vazio Primordial

http://www.myspace.com/wardruna

Vento do Norte
sopra
cortante no meu pensamento
sopra
evocação
das Profundezas sem nome
e do Alto mais Alto que as próprias Alturas.

Vento do Norte
que me apontas o caminho
do Oriente ...

6 comentários:

Paulo Borges disse...

O Caos, o Abismo e o Grande Vazio estão em todo o lado, no mais íntimo de nós e de tudo: é neles que tudo acontece, impossível escapar-lhes... Recordo o poema inglês de Pessoa, "The King of Gaps"... Fico curioso de ver se "gap" é da mesma família do "khaos" e do "khasma" gregos... "Primeiro que tudo surgiu o Caos..." - Hesíodo, "Teogonia".

Anónimo disse...

Interrogação

Um só mestre e muitas falas ou muitos mestres e uma só fala?

Ana Margarida Esteves disse...

Odin, Zeus, Yhvh, Oxala, o Atman, o Nada ...

Não serão vários nomes para o mesmo Mestre?

O Paganismo Nórdico tem o conceito de wyrd que é basicamente o mesmo que o que de fado.

Anónimo disse...

Respondeste a uma parte da questão. Certo! Vários mestres que são o mesmo Mestre. Devo pensar que várias falas são apenas uma só fala?

Então o meu fado permanece obsucro, sob a máscara do meu nome? de todos os nomes? ou apenas do Nome? já que nomear é dar existência, mas também possuir, nascer, se quiseres...
Outra pergunta:
Tudo é Um ou Um é Tudo?

Ana Margarida Esteves disse...

O Todo é Um e o Um é o Todo.

Só há uma fala, que se revela em mil idomas e em mil fés, da mesma forma que o sol se revela numa diversidade de cores quando atravessa um vitral e se reflecte no chão de uma igreja.

"Ah irmanadas saudades das Finisterras, gémeas como os seios da Deusa. (...)"

Ana Margarida Esteves disse...

Ah então que desocultar o fado e o silêncio da verdadeira e única fala sob todos esses reflexos ...