O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 3 de novembro de 2009

o mundo pode-se agitar como uma besta aflita
pode troar sete vezes nós
rachar o chão em Z
enviar seus tufões verdes
mas ninguém grita mais que um poema parido em silêncio

5 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Assim... o creio! É avassaladora... a força de um autêntico Poema. A voz dos Poetas não te barreiras... nem de tempo nem de lugar! JCN

baal disse...

a voz dos poetas não a tua, porque a tua jcn é a voz do poder e do portugal dos pequeninos.

por outro lado o mundo é um paz de alma são os homens que lhe fazem cócegas, é preciso compreendê-lo e não criar o nosso artíficio (um mundo à nossa maneira com receio do mundo que nos é dado).

Paulo Borges disse...

Belo poema e belíssimo verso final. Bem vindo!

Flávio Lopes da Silva disse...

boas noites bons dias!
grato pelo comentário ao poema.

entrei, sacudi os pés, perguntaram-me o que trazia, eu respondi: poemas, poemas!

abraço a todos

Anónimo disse...

E... trouxe poemas.
Pode, pois, o mundo abrir-se em Z, "rachar o chão em Z"...
que o poema sempre em silêncio há-de gritar como uma "besta aflita" a querer troar "sete vezes nós" e nisso ninguém saberá melhor que os "tufões verdes" de que cor se vestirá a esperança de até o silêncio atravessar, como uma seta, morrendo mundo e poema no mesmo acto.

Seja muito bem vindo, que entra Poema!