O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 4 de agosto de 2009

ondulação




Chama do vazio da agonia das horas no fundo em estilhaços de atenção

Despida da fulgurância dos oráculos nos sonhos em antecipação

Do não acontecido a voz do não retorno no ermo sem espera

A escuta espraia-se em indefinidas ondas de ansiedade

Inunda a véspera e torna-a intemporal elevação austera

Profundidade abissal em versos rubros de perdição

Encrespada parturiente inconsolável tempestade

De ser sem ser errância impensável navegação

O antigo pulsar do mar como rumo sempre certo

Sem orientação para lá do desacerto

Do coração sem porto e sem abrigo

23 comentários:

Maria da Luz disse...

A tendência para persistirmos à fama e ao reconhecimento é também uma forma de apego... Há heranças imateriais que se deixam à humanidade. Paulo, é hora de publicares os teus poemas em livro.

Semente disse...

A ondulação chamou-me a atenção.
Venho mergulhar nela e escrever na areia que concordo com a Maria da Luz.

Se possível, o livro de poemas com as fotos do Paulo também :)

Beijinhos de Sereia*

Anónimo disse...

Sois um poeta borra botas!... JCN

João de Castro Nunes disse...

E o safardana continua a servir-se das minhas iniciais! Ninguém põe cobro a isto... por parte dos responsáveis pelo blogue? Que faz a serpente?!...

JCN disse...

E o safardana continua a servir-se das minhas iniciais! Ninguém põe cobro a isto... por parte dos responsáveis pelo blogue? Que faz a serpente?!...

professor de matemática disse...

Vá lá, o genuíno, ponha o dedo no ar, por favor?

professor de matemática disse...

Pronto, já sei! Vocês aí, por favor, saiam da sala. Obrigado.

Anónimo disse...

E vós um grande corno! JCN

Ian Wilmut disse...

Assim, não dá. Ainda choro a morte da minha Dolly...

"Dolly era uma ovelha extravagante e confiava muito em mim. Era quase um animal doméstico" [...] "Além disso, levou até mim muita gente interessante que de outra maneira não teria conhecido".

Tantos clones fazem-me lembrar a minha amada Dolly!

Helel Ben Shahar disse...

Gloriosos são os dias da máscara...

esquadro disse...

JCN saíste-me cá um mongolóide!

THE ONE disse...

"This spectrum of light manifests a shift in consciousness within evolutionary beings."

apito disse...

Ó anónimo, a minha mãe disse que deves ser minorquinha pois não se lembra de nada. Miserável.

Crítica literária disse...

então porque não vomitas aqui o raio do poema?

Saudação disse...

Igreja de Satã, beijinhos a todos. Se não fossem os demoniozinhos, não havia santinhos.

toma lá essa merda disse...

Deserto.
Chama de areias no olhar de verdades imaginadas ao fundo de todos os reflexos
Mar exorcizado de corpos estranhos à alma em danças imprecisas no vapor das águas
Plantas rústicas parecidas com objectos abandonados no interior das casas onde morei
Dias infernais na miragem fria de visões que sempre acertam a paisagem
Noites de gelo cristal tórrido na espera vazia de fantasmas prometidos
Animais perdidos de céu em areias movediças que os demónios deixam cair dos bolsos
E enterro os pés nas marcas sempre desfeitas de caminhos esquivos
E emudeço as mãos porque não sei das palavras que me sabem
Não quero oásis que me evocam do círculo aceso de relógios eternos
Não reconheço as dunas deste rosto intemporal em constante mutação
Tornei-me exterior, moldura à volta dos cacos partidos do espelho que sou
Perdi-me da voz que me trouxe à vertigem deste deserto sem chão
Deserto meu
Deserto. Eu.

Anónimo disse...

olha qu'ela disse que gostou muito (JCN)

Anónimo disse...

do poema, claro!

po e ma disse...

Podem imprimir e limpar-lhe o traseiro. Sempre lhe dão destino.

IMODIUM RAPID disse...

quanta diarreia! E eu a pensar que já não era útil!!!

Vão dar uma volta disse...

Nã nã nã. Tentações no deserto. Espertinhos...

autoclismo disse...

Quero críticas sinceras do pessoal satânico. Ao menos esses dizem a verdade.

Descarreguem!

mamã disse...

Traste impotente!