domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
A menina
Vou só falar dela, dessa menina que acabo de conhecer. Diz sempre não.
- É tão pequenina!
Não sei se é velha ou criança. Não sei!
Tem sempre a mão na barriga e uma lágrima lenta na face.
Sempre a tive por dentro, sem corpo nem rosto. Quando seu coração apertava, doía-me o corpo todo.
Assim, uma pontada que se espalha como se eu fosse sua seara.
Sempre a tive por dentro, descompassada sem espaço nem tempo
Agora que a vejo fora de mim, é tão pequenina!
Diz o menino que acaba de nascer que a embale em meu colo, limpe a lágrima que persiste em sua face.
Diz-me o menino, agora homem que abrace a pequena
até que volte a crescer-me por dentro
com um sorriso na face.
- É tão pequenina!
Não sei se é velha ou criança. Não sei!
Tem sempre a mão na barriga e uma lágrima lenta na face.
Sempre a tive por dentro, sem corpo nem rosto. Quando seu coração apertava, doía-me o corpo todo.
Assim, uma pontada que se espalha como se eu fosse sua seara.
Sempre a tive por dentro, descompassada sem espaço nem tempo
Agora que a vejo fora de mim, é tão pequenina!
Diz o menino que acaba de nascer que a embale em meu colo, limpe a lágrima que persiste em sua face.
Diz-me o menino, agora homem que abrace a pequena
até que volte a crescer-me por dentro
com um sorriso na face.
-anaedera-
Antes de um lugar há o seu nome.
E ainda a viagem até ele,
que é um outro lugar mais descontínuo e inominável.
Lembro-me,
do quadriculado verde das colinas,
do sol entretido pelos telhados ao longe,
dos rebanhos empurrados nos carreiros,
de um cão pequeno que se atreveu à estrada.
Íamos ou Vínhamos?
de Maria do Rosário Pedreira
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
TÃO PERTO PARTO
tão perto de mim
confundo o espaço
assim quase eu
confundo o tempo
Depois
Sou dois de novo
Neve tão branca, que se confunde na cor
Quando abre os braços
Veleja
Quando adormece
Viaja
Por cada poro uma gota transparente
convida-me
inspira-me em cada beijo
que dou
tão perto
parto
sem dor
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
VERDE
Verde te sinto/ Suado, molhado em mim
Terra húmida que acolhe a semente/ Esperança de vida
Verde, tão verde te sinto/ Molhada, suada em ti
Molhada, suada / Verde, tão verde que sou
Pulsa a vida sem corpo/ Tão verde somos
Amor
Terra húmida que acolhe a semente/ Esperança de vida
Verde, tão verde te sinto/ Molhada, suada em ti
Molhada, suada / Verde, tão verde que sou
Pulsa a vida sem corpo/ Tão verde somos
Amor
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
NO SURPRISES
Passo todos os dias nesta esquina. Conheço-a de cor, desde menina. Já passei criança, adolescente, mais tarde enamorada, depois casada. Noutro dia, voltei descasada. É a esquina conhecida. Tem um angulo recto. Volto à direita, retono à esquerda. No passado não lhe deslumbrava o vértice, agora perco-o de vista. É a esquina que tudo conta em silêncio. Memória viva dos meus passos enquanto viva.
Tudo mudou. A barbearia agora é um bar de gente culta. A mercearia hoje vende papel reciclado. A padaria ainda vende pão pelas mãos das netas da Dona Virginia, já morta.
Tudo muda, menos a esquina sempre bonita. Alí, naquele canto é o único lugar que conheço que faz um ângulo recto.
Não importa quantos passos. Se dez ou mil chega um momento que devo virar à esquerda e se quero voltar viro de novo à direita, certa de que saí do lugar.
Vinha aqui para contar do amor que acabo de fazer. Escrever um poema molhado de poesia, repleto de beijos roubados que silenciam o passado. Vinha aqui timidamente falar de como acariciei o corpo suado do meu amado. Minha boca perdida em seus lábios, meu ventre vivo sem limites a ditar que existo.
Acabo de chegar quase pronta para outra viagem onde invento o amor amado sem vírgulas onde tropeçar.
Vinha a isto que é bonito de se contar, mas só me lembro da esquina - a minha conhecida, onde viro à esquerda e retorno à direita. Aquí nesse canto onde desenho o triângulo da minha existência.
Um ângulo recto. Sem surpresas, por vezes.
Tudo mudou. A barbearia agora é um bar de gente culta. A mercearia hoje vende papel reciclado. A padaria ainda vende pão pelas mãos das netas da Dona Virginia, já morta.
Tudo muda, menos a esquina sempre bonita. Alí, naquele canto é o único lugar que conheço que faz um ângulo recto.
Não importa quantos passos. Se dez ou mil chega um momento que devo virar à esquerda e se quero voltar viro de novo à direita, certa de que saí do lugar.
Vinha aqui para contar do amor que acabo de fazer. Escrever um poema molhado de poesia, repleto de beijos roubados que silenciam o passado. Vinha aqui timidamente falar de como acariciei o corpo suado do meu amado. Minha boca perdida em seus lábios, meu ventre vivo sem limites a ditar que existo.
Acabo de chegar quase pronta para outra viagem onde invento o amor amado sem vírgulas onde tropeçar.
Vinha a isto que é bonito de se contar, mas só me lembro da esquina - a minha conhecida, onde viro à esquerda e retorno à direita. Aquí nesse canto onde desenho o triângulo da minha existência.
Um ângulo recto. Sem surpresas, por vezes.
-amigos-
Não é ainda a pele,
Apenas um rumor de lã nas camisolas,
um recado a lembrar tardes no feno,
linho lavado,
o sol mordendo um rio pela manhã,
assim é a distância entre a minha mão e o pessegueiro.
Na estrada,
as flores demoram-se até às laranjas,
mas o aroma do pomar faz sede e os olhos cegam,
na promessa de gomos novos e doces,
os mais doces.
Talvez por isso se continue a viagem,
sem olhar para trás.
Maria Do Rosário Pedreira
terça-feira, 26 de outubro de 2010
TOTOFUMO eu apostaria em X
nem fumo branco nem preto
cá na minha o acordo passa
aliás está tudo feito
podem soltar a fumaça
(para Cassilda, Natacha & Rui)
corria atrás das tempestades porque achava que lá no meio das tempestade ia ouvir deus a falar. do nada deixou de correr atrás das tempestades porque achava que no meio das tempestade não ia ouvir deus a falar. agora, corre atrás das tempestades porque acha que correndo atrás das tempestades corre atrás da sua própria voz
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Filósofos?
"Você tenciona […] ser um filósofo, não no sentido de que exporá doutrinas alheias ou construirá uma sua doutrina e se dará satisfeito com tudo isso, mas no sentido de que tentará pôr a sua vida de acordo com a sua filosofia, à maneira de certos gregos e de quase todos os hindus"
– Agostinho da Silva, Sete Cartas a um Jovem Filósofo [1945], in Textos e Ensaios Filosóficos I, p. 232.
– Agostinho da Silva, Sete Cartas a um Jovem Filósofo [1945], in Textos e Ensaios Filosóficos I, p. 232.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal: Dinheiros Públicos patrocinam Touradas!
MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal: Dinheiros Públicos patrocinam Touradas!: "Em tempo de crise um milhão de Euros para promover a Tauromaquia. O MATP - Movimento Anti-Touradas de Portugal, denuncia agora e em tempo o..."
-gritos-
…
Derrubei a paisagem inexplicável da mentira,
Derrubei os gestos sem luz e os dias impotentes.
Lancei por terra os propósitos lidos e ouvidos.
Ponho-me a gritar,
Todos falavam demasiado baixo,
falavam e escreviam,
Demasiado baixo
…
Arrebato à morte essa visão da vida
Que lhe destinava um lugar…
Com um grito,
Tantas coisas desapareceram
Que nunca mais voltará a desaparecer,
Nada do que merece viver
…
Canta debaixo das portas frias
Sob armaduras opostas,
Ardem no meu coração as estações,
As estações dos homens os seus astros
Trémulos de tão semelhantes serem.
E o meu grito nu sobe um degrau
Da escadaria imensa da alegria.
E esse fogo nu que me pesa
Torna a minha força suave e dura.
…
Eis aqui o lugar generoso
Onde só dormem os que sonham.
O tempo está bom, gritemos com mais força
Para que os sonhadores durmam melhor
Envoltos em palavras
Que põem o bom tempo nos meus olhos
…
A felicidade jorra do meu grito
Para a mais alta busca,
Um grito de que o meu seja o eco.
excerto de Grito, Paul Éluard (Eugène Grindel)
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Retiro de Meditação na Cidade - 24 de Outubro - pelo bem de todos os seres e pela Paz no Mundo
Retiro de Meditação na Cidade – 24 de Outubro
Pelo bem de todos os seres e pela Paz no Mundo, na abertura do programa de actividades da Exposição de Relíquias do Buda e de outros grandes mestres budistas, que terá lugar de 6 a 14 de Novembro, no mesmo espaço.
Mais informações sobre esta Exposição:
http://maitreyaproject.org/en/relic/media-links.html
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa
Palácio da Estefânia – Rua D. Estefânia, 175 - Lisboa
...
Este Retiro é uma oportunidade de conhecer ou aprofundar a experiência meditativa, oferecendo-nos um espaço de encontro connosco próprios que permita a descoberta de quem realmente somos, para além de qualquer pressuposto moral, filosófico ou religioso. O Retiro inspira-se na via do Buda, enquanto via terapêutica e experimental que conduz ao despertar da consciência para o conhecimento de si e o amor-compaixão universal.
O retiro será facilitado por Paulo Borges, professor de Filosofia na Universidade de Lisboa e Presidente da União Budista Portuguesa.
Programa
10-13 h (com intervalos de meditação em andamento)
Porque meditar e como meditar? A motivação amorosa-compassiva, a purificação dos canais energéticos e os sete pontos da postura.
Shamatha: estabilização da mente na atenção às sensações físicas, à respiração e ao fluxo das emoções e dos pensamentos.
13 h - Almoço
15-18 h (com intervalos de meditação em andamento)
Troca/Tonglen – Transformação das emoções e abertura do coração a todos os seres.
As quatro meditações ilimitadas: amor, compaixão, alegria e imparcialidade.
Meditação com mantras.
Contribuição: 40 euros
O Retiro abre o programa de actividades associado a RINGSEL – Exposição de Relíquias do Buda e de outros grandes mestres budistas, que terá lugar de 6-14 de Novembro no mesmo espaço. Parte das verbas são destinadas a custear as despesas deste evento.
Organização: União Budista Portuguesa / Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa
Apoio: revista Cultura ENTRE Culturas
Pelo bem de todos os seres e pela Paz no Mundo, na abertura do programa de actividades da Exposição de Relíquias do Buda e de outros grandes mestres budistas, que terá lugar de 6 a 14 de Novembro, no mesmo espaço.
Mais informações sobre esta Exposição:
http://maitreyaproject.org/en/relic/media-links.html
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa
Palácio da Estefânia – Rua D. Estefânia, 175 - Lisboa
...
Este Retiro é uma oportunidade de conhecer ou aprofundar a experiência meditativa, oferecendo-nos um espaço de encontro connosco próprios que permita a descoberta de quem realmente somos, para além de qualquer pressuposto moral, filosófico ou religioso. O Retiro inspira-se na via do Buda, enquanto via terapêutica e experimental que conduz ao despertar da consciência para o conhecimento de si e o amor-compaixão universal.
O retiro será facilitado por Paulo Borges, professor de Filosofia na Universidade de Lisboa e Presidente da União Budista Portuguesa.
Programa
10-13 h (com intervalos de meditação em andamento)
Porque meditar e como meditar? A motivação amorosa-compassiva, a purificação dos canais energéticos e os sete pontos da postura.
Shamatha: estabilização da mente na atenção às sensações físicas, à respiração e ao fluxo das emoções e dos pensamentos.
13 h - Almoço
15-18 h (com intervalos de meditação em andamento)
Troca/Tonglen – Transformação das emoções e abertura do coração a todos os seres.
As quatro meditações ilimitadas: amor, compaixão, alegria e imparcialidade.
Meditação com mantras.
Contribuição: 40 euros
O Retiro abre o programa de actividades associado a RINGSEL – Exposição de Relíquias do Buda e de outros grandes mestres budistas, que terá lugar de 6-14 de Novembro no mesmo espaço. Parte das verbas são destinadas a custear as despesas deste evento.
Organização: União Budista Portuguesa / Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa
Apoio: revista Cultura ENTRE Culturas
Seja por sóis, relógios ou úteros,
tudo quer andar aos pares
para poderem sentir a metade
o tempo que passa.
Somos queda livre com asas,
peixe de grilheta nas guelras.
Mesmo em tacho com pepitas de parmesão
vamos mirar de lado o outro
no seu cintilante lagar donde queremos morrer;
mesmo conquistado o jogo do sonho,
absorvendo toda a venalidade da beleza
que um tubo de escape emana;
mesmo envelhecendo a amar-te
a cada novo seguinte segundo
num limbo de novidade infinita;
comovendo genocídas,
empurrando suicidas;
mesmo silenciado pela aceitação do sempre
todo ele trespassa perante nós
como uma primeira vez perfeita.
Então, se o sabes
e gozas com sua cara marreca e sem sorte,
porque deixas que sequer te toque ao de leve?
Oh tu
que tens o privilégio de um dia deixar de respirar,
deixar de observar o repetitivo e o mutável,
deitada em hábitos,
tapado pelas manias,
coberta de prazeres,
enterrado na luta subjulgada dos sentidos!
Que tudo seja o que será
para fazeres de ti quem és!
WWW.YOUTUBE.COM/SOUTODABOA
tudo quer andar aos pares
para poderem sentir a metade
o tempo que passa.
Somos queda livre com asas,
peixe de grilheta nas guelras.
Mesmo em tacho com pepitas de parmesão
vamos mirar de lado o outro
no seu cintilante lagar donde queremos morrer;
mesmo conquistado o jogo do sonho,
absorvendo toda a venalidade da beleza
que um tubo de escape emana;
mesmo envelhecendo a amar-te
a cada novo seguinte segundo
num limbo de novidade infinita;
comovendo genocídas,
empurrando suicidas;
mesmo silenciado pela aceitação do sempre
todo ele trespassa perante nós
como uma primeira vez perfeita.
Então, se o sabes
e gozas com sua cara marreca e sem sorte,
porque deixas que sequer te toque ao de leve?
Oh tu
que tens o privilégio de um dia deixar de respirar,
deixar de observar o repetitivo e o mutável,
deitada em hábitos,
tapado pelas manias,
coberta de prazeres,
enterrado na luta subjulgada dos sentidos!
Que tudo seja o que será
para fazeres de ti quem és!
WWW.YOUTUBE.COM/SOUTODABOA
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
P´RA PULAR - à maneira de Aleixo
o Pára-Raios na Igreja
bem pode mostrar ao crente
que o crente por mais que o seja
não perde em ser previdente
domingo, 17 de outubro de 2010
F M I
CONVERSA DE TABERNA
- Ó compadre o que é que é, e pra que serve, essa estória do FMI?
- compadre, o FMI é como que um Banco munta grande, e poderoso, que empresta dinheiro aos países que estão falidos ou em vias disso. Como agora PORTUGAL
- Compadre, e aonde é que o FMI vai arranjar dinheiro pra emprestar?
- Ó compadre : dos juros dos empréstimos que faz
aos países
antes de estarem falidos
- Ah!......
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Brinquedo electrónico essencial
"...ao viajante audaz que navegue em lodos profundos e pretenda descobrir o ventre das quimeras ou explorar as rotas subterrâneas ou entreter-se enquanto não achar as saídas do túnel em que o tempo o prendeu..."
Manuel João Gomes|1985|Brinquedo Electrónico Essencial|
Lisboa|Black Son Editores
Lisboa|Black Son Editores
a mulher está parada, não se mexe, não faz o mínímo movimento toráxico,
não levanta o braço para que a acudam. não seria de estranhar que ela estivesse morta.
ou a tentar ser pedra. está assim há mais de duas horas.
há quem diga que há mais de duas horas. o que é certo é que a mulher está parada
e muita tanta gente parou para ver a mulher parada, que afinal só está a apurar o seu ouvido
não levanta o braço para que a acudam. não seria de estranhar que ela estivesse morta.
ou a tentar ser pedra. está assim há mais de duas horas.
há quem diga que há mais de duas horas. o que é certo é que a mulher está parada
e muita tanta gente parou para ver a mulher parada, que afinal só está a apurar o seu ouvido
terça-feira, 12 de outubro de 2010
CICLOS
o que a China faz agora
com América e Europa
é o que Europa e América
fizeram com o Mundo
comprar as suas dívidas
para terem quem compre
a sua filosofia
e os seus
produtos
com América e Europa
é o que Europa e América
fizeram com o Mundo
comprar as suas dívidas
para terem quem compre
a sua filosofia
e os seus
produtos
"Ouvi um riso que não era um riso humano, e agora devora-me uma sede, uma ânsia/saudade [Sehnsucht] que nada aplacará"
“Ó meus irmãos! Ouvi um riso que não era um riso humano, e agora devora-me uma sede, uma ânsia/saudade [Sehnsucht] que nada aplacará.
A minha ânsia/saudade [Sehnsucht] daquele riso devora-me; oh!, como posso tolerar ainda a vida! E como tolerar agora a morte!”
- Friedrich Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.
A minha ânsia/saudade [Sehnsucht] daquele riso devora-me; oh!, como posso tolerar ainda a vida! E como tolerar agora a morte!”
- Friedrich Nietzsche, Assim Falava Zaratustra.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Paradoxo
amigos de Lisboa
vêm visitar-me à Igrejinha
ameaçam trazer vinho
Terra de
:
Comenda Grande
Pintor
Calada
Coelheiros
- trazer vinho para este termo
é o mesmo
que morrer
com lugar assegurado
em pleno paraíso
e andar preocupado
em levar BÍBLIA
sábado, 9 de outubro de 2010
Dia Mundial da Filosofia | Oficinas de filosofia e criatividade: colorir fora dos traços
o Dia Mundial da Filosofia comemora-se na terceira quinta feira do mês de Novembro; o projecto Filosofia para Crianças, Criatividade & Meia Dúzia de Chapéus às Cores® vai assinalar esse Dia e celebrar a Filosofia durante todo o mês de Novembro
a primeira acção já agendada tem lugar no Colégio D. José I, em Aveiro
gostaríamos de divulgar outras acções e para isso agradecemos o envio de info para joanarssousa@gmail.com para divulgação no espaço http://joanarssousa.blogspot.com/
Etiquetas:
arte na educação,
dia mundial da filosofia,
educação e criatividade,
filosofia para crianças,
UNESCO
pedido de ajuda do Bazar dos Ronrons
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
"Um outro Mundo", por Isabel Rosete
A monotonia congela-me o cérebro. Irrita-me a alma, ávida do sempre novo, do constantemente diferente, da metamorfose, do mistério, do enigma, de todas as incógnitas escondidas, algures, por esse Universo imenso.
A minha alma suplica pelo desafio do desconhecido, do nunca visto ou imaginado. Do impensado e do impensável. Do ainda não sonhado. Caminha, só, para o impossível, para o reino eterno da ausência de limites. Foge do efémero rumo ao paralelamente ilimitado. Percorre todos os caminhos, até mesmo os mais recônditos e íngremes, para a Verdade alcançar.
A minha alma procura a inocência primeira, a leveza do Ser de todas as coisas – apesar do peso do Mundo animadas e inanimadas, terrestres e celestes, no seio dos dois lados, nem sempre coligados, da quadratura perfeita: os Homens, a Terra; os Deuses, o Céu.
A minha alma busca o infinito, na esperança de encontrar um mundo novo, exemplar. Este já está gasto, saturado, desgovernado, caótico, demasiadamente costumeiro, vulgarizado por uma escala de valores invertida, para quem deseja ver mais longe, para além das ilusórias aparências que ofuscam o olhar primogénito.
A minha alma procura, sem cessar, a Liberdade do eu e do outro, esse espaço aberto da expansão total do Tudo, onde não há o acaso, nem o vazio, nem o nada.
A minha alma quer percorrer os círculos viscerais de todos as criaturas, porque ama a Totalidade, na sua grandeza; porque foge aos estreitos limites do Tempo, do Espaço e do Destino. Vagueia por todos os lugares. Não cabe dentro de si mesma. Anseia o Aberto, onde tudo se funde, em perpétua comunhão com o Ser, o Estar, o Pensar e o Agir
A minha alma pensa o Mundo e esmorece, de imediato, perante o desordenado cenário da miséria humana. Quer mudar o Mundo, a Humanidade perdida, a mente das gentes agrilhoadas à mesquinhez do mero sobreviver e às acabrunhadas correntes dos preconceitos. Quer ultrapassar as barreiras do Tempo e do Espaço. Quer ser eterna e, nessa eternidade, mover o Cosmos na sua majestosa beleza, pelas mãos criminosas agonizada.
Não é narcísica. Vê-se ao espelho. Reconhece a sua própria identidade. Sofre com todos os “Epimeteus”… Deseja todos os “Prometeus”… Sente-se, de novo, só, desamparada, neste espaço astral des-humanizado, que não suporta a disparidade da alteridade, o brilho das Estrelas ainda iluminadas.
A minha alma quer renascer num Mundo novo, com a hierarquia axiológica adequada, onde os anti-valores sejam completamente destronados. Num Mundo sem rótulos, sem rebanhos, sem discriminação, sem congeminações forçadas e infundadas.
A minha alma quer crescer no topos infinito de todos os oceanos, limpos, na clareira das florestas oxigenadas pelo espírito divino de uma criação imaculada.
Isabel Rosete
http://isabelrosete.blogspot.com/
A minha alma suplica pelo desafio do desconhecido, do nunca visto ou imaginado. Do impensado e do impensável. Do ainda não sonhado. Caminha, só, para o impossível, para o reino eterno da ausência de limites. Foge do efémero rumo ao paralelamente ilimitado. Percorre todos os caminhos, até mesmo os mais recônditos e íngremes, para a Verdade alcançar.
A minha alma procura a inocência primeira, a leveza do Ser de todas as coisas – apesar do peso do Mundo animadas e inanimadas, terrestres e celestes, no seio dos dois lados, nem sempre coligados, da quadratura perfeita: os Homens, a Terra; os Deuses, o Céu.
A minha alma busca o infinito, na esperança de encontrar um mundo novo, exemplar. Este já está gasto, saturado, desgovernado, caótico, demasiadamente costumeiro, vulgarizado por uma escala de valores invertida, para quem deseja ver mais longe, para além das ilusórias aparências que ofuscam o olhar primogénito.
A minha alma procura, sem cessar, a Liberdade do eu e do outro, esse espaço aberto da expansão total do Tudo, onde não há o acaso, nem o vazio, nem o nada.
A minha alma quer percorrer os círculos viscerais de todos as criaturas, porque ama a Totalidade, na sua grandeza; porque foge aos estreitos limites do Tempo, do Espaço e do Destino. Vagueia por todos os lugares. Não cabe dentro de si mesma. Anseia o Aberto, onde tudo se funde, em perpétua comunhão com o Ser, o Estar, o Pensar e o Agir
A minha alma pensa o Mundo e esmorece, de imediato, perante o desordenado cenário da miséria humana. Quer mudar o Mundo, a Humanidade perdida, a mente das gentes agrilhoadas à mesquinhez do mero sobreviver e às acabrunhadas correntes dos preconceitos. Quer ultrapassar as barreiras do Tempo e do Espaço. Quer ser eterna e, nessa eternidade, mover o Cosmos na sua majestosa beleza, pelas mãos criminosas agonizada.
Não é narcísica. Vê-se ao espelho. Reconhece a sua própria identidade. Sofre com todos os “Epimeteus”… Deseja todos os “Prometeus”… Sente-se, de novo, só, desamparada, neste espaço astral des-humanizado, que não suporta a disparidade da alteridade, o brilho das Estrelas ainda iluminadas.
A minha alma quer renascer num Mundo novo, com a hierarquia axiológica adequada, onde os anti-valores sejam completamente destronados. Num Mundo sem rótulos, sem rebanhos, sem discriminação, sem congeminações forçadas e infundadas.
A minha alma quer crescer no topos infinito de todos os oceanos, limpos, na clareira das florestas oxigenadas pelo espírito divino de uma criação imaculada.
Isabel Rosete
http://isabelrosete.blogspot.com/
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Parabéns
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
Sexo e a Cidade
Arre porra! Que me tenho esquecido do amor!
Arre porra! Que se me deito e me esqueço, um dia acordo sem o ver!
Arre porra! Que com tanta maniqueíce adúltera nos podemos olvidar!
Arre porra! Porra! Que do amor que se sabe tão pouco se sente.
Arre porra! Que se releva em mim esse fundamental sentimento.
Arre porra! Que o amor não é amoroso! É tão mais grandioso que isso.
Arre porra! Que também não é figurativo ou metafórico! É puro sentido no cerne daquilo que somos!
Arre porra! Que tantas vezes se troca “amor” por outro “amor” sem nunca nos vermos no amor!
Arre porra! Que o verdadeiro amor é tão só aquele de se verdadeiramente ser.
Arre porra! Que o amor não é matemática do paralelismo, nem da probabilidade estatística.
Arre porra! Que agora compreendo o sentido de amigo, mãe, avó, namorado e de como isso, não tem sentido algum!
Arre porra! Que a merda com que estamos atulhados esconde alguma coisa a ser relevada quando tivermos 90 anos!
Arre porra! Que há quem morra sem nunca o sentir!
Arre porra! QUE QUERO GRITAR A TODO O MUNDO que o amor que falo, é o amor verdadeiramente nu, nu da nudez!
Alvíssaras! Pois já sei o que procuro! E isso é tão importante como encontrar!
Arre porra! Que se me deito e me esqueço, um dia acordo sem o ver!
Arre porra! Que com tanta maniqueíce adúltera nos podemos olvidar!
Arre porra! Porra! Que do amor que se sabe tão pouco se sente.
Arre porra! Que se releva em mim esse fundamental sentimento.
Arre porra! Que o amor não é amoroso! É tão mais grandioso que isso.
Arre porra! Que também não é figurativo ou metafórico! É puro sentido no cerne daquilo que somos!
Arre porra! Que tantas vezes se troca “amor” por outro “amor” sem nunca nos vermos no amor!
Arre porra! Que o verdadeiro amor é tão só aquele de se verdadeiramente ser.
Arre porra! Que o amor não é matemática do paralelismo, nem da probabilidade estatística.
Arre porra! Que agora compreendo o sentido de amigo, mãe, avó, namorado e de como isso, não tem sentido algum!
Arre porra! Que a merda com que estamos atulhados esconde alguma coisa a ser relevada quando tivermos 90 anos!
Arre porra! Que há quem morra sem nunca o sentir!
Arre porra! QUE QUERO GRITAR A TODO O MUNDO que o amor que falo, é o amor verdadeiramente nu, nu da nudez!
Alvíssaras! Pois já sei o que procuro! E isso é tão importante como encontrar!
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Ornatos Violeta - Notícias do Fundo
É raro ouvirem-se notícias do fundo... tão raro... e por isso, tão precioso.
MILONGA DEL ANGEL
Deixa-me estar por aqui. Fazer um intervalo em cada compasso. Alinhar a rima na tua harmonia. Repousar contigo do som, de cada palavra.
[O menino nasceu sem mãe
O homem perdeu-se na cama
A guerra fez-se senhora
A miséria atravessa a esquina
E dizem que a virgem pariu-te sem dor]
Deixa-me estar assim contigo nesse som que se escapa lembrando que a vida tem outra cor, neste segundo que respiro feliz.
[O menino nasceu sem mãe
O homem perdeu-se na cama
A guerra fez-se senhora
A miséria atravessa a esquina
E dizem que a virgem pariu-te sem dor]
Deixa-me estar assim contigo nesse som que se escapa lembrando que a vida tem outra cor, neste segundo que respiro feliz.
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