O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 27 de novembro de 2011

você
que há tanto tempo não me vê
que em mim não crê

que me deslê
que sei que não gostou
que eu fosse
à manifestação
da CGTP

você
que sempre teve e tem
por mim algum desdém

saiba porém
que aquilo em que muita gente crê

-com ou sem amor
seja ele o que for -

você
é o meu ponto
G

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

P´RA PULAR

mais feliz menos feliz
é qualquer bicho careto
consumível pau de giz
de escrever em quadro preto

terça-feira, 8 de novembro de 2011

a HORA

Portugal amado
Portugal querido

eis como te queremos
:
nem vendado
nem vendido

domingo, 6 de novembro de 2011

banquete filosófico: do amor platónico (e de outras coisas que nos fazem suspirar)


2500 anos depois, regressa o Symposium
«Para alguns intérpretes, o conceito de amor em Platão em O Banquete é irracional e explicado pela natureza.»
e para si, o que é o amor?
 
venha partilhar connosco. garantimos boa disposição e um menu confeccionado pelas mãos do grande chef José Besteiro.
+ info: joebest@dacozinha.net

NÃO DUVIDO

sou bem mais visto
pelo que visto

do que pensado
pelo que penso

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O mundo é como a impressão deixada pelo contador de uma história. 
SONHO


como se morto
mas não morto
estendido sobre a cama
teu corpo

meio dobrado pela cintura
de borco
sobraçando em sonho
seu eterno
ursinho de peluche

velado até às ancas

lembra o fim do pesadelo
do GRITO
de Eduardo MUNCH

"When injustice is law, resistance is duty" Thomas Jefferson


Falta pouco até que todas as capitais se juntem numa só marcha

Pelo Respeito e pela Verdade! O nosso conhecimento jà é demais,

Vemos pelos satélites quanto custou o que voces deitam fora

Que nós poderiamos provar de bom grado, e saborear juntos, se

Nao tivéssemos de nos agarrar ao emprego de que nao gostamos!


Mas nao somos preguicosos nem nunca seremos mentirosos!

Podem ficar com vossos iates e vossos aquàrios em quarentena

Longe da presenca de pessoas normais cujas maos vos dao,

Indirectamente, de comer, enquanto là especulam nós festejamos

Com o emocionalmente necessàrio de que precisamos para ser felizes!


Jà vos demos décadas de chances para sairem desse buraco negro

Porque sabemos tudo que sempre se tem passado, mas parecem nao

Querer ouvir que estao errados e existe honestidade neste mundo

Que usa o coracao como arma para defender a imortal alma humana,

Em vez da vossa infantil ganancia presuncosa dum estatuto jà podre!


Nao existem ofertas à vista, sò promocoes para enganar ceguinhos

Que là se deixam escravizar esperando as proximas eleicões – Eles

Atè do lixo dos supermercados nos fecham à chave, com lixivia ou

Vidros espalhados como presente de Natal para enregelares sem

Telhado onde chorar as misérias que o despedimento te faz passar!


Foi jà à muito esquecido o que diziam que tinhas tanto jeito para fazer,

Tiveste de crescer, trabalhar para ajudar a familia, sacrificar talento

Pela elite que os economistas alimentam como se fosse direito feudal,

Trocar neo-liberalismo por ética pessoal e ver-se consumido pelo bicho

Acumulativo, dinheiro-dependente, mandando outro milhao para a veia!


Nós culpamos o sistema como se este nao fosse comandado por pessoas

Que se maltratam e se burlam pelas hipócritas costas mal querem e podem,

Cobaias dentro do mesmo obscuro jogo egoista por lucro e mais-valia,

Brincando com o escalpe das nacoes e as reformas dos nossos pais por

Algum orgulho obtuso de ser o perverso que quer sempre ficar por cima!


Fui e voltei das compras, està tudo mais caro e todos perguntam porque?

A lei dos politicos è devota aos bancos que definem a mesada dos paises!

Queria sonhar com bombas que matem só aqueles que nao sabem partilhar

Porque nunca precisaram, era o mordomo que ia às reunioes da escola,

Nunca conheceram a visao de uma migalha de pao servir de refeicao…


…mas conhecerao! Jà que nada faz sentido e o ouro foi trocado por papel,

Quero que roubem, que se manifestem, que recusem cada injustica diaria

Tal como a militarizacao da vossa liberdade imbuida na iliteracia da policia

Que em vez de proteger, persegue, e em vez de servir, manipula e decide!


O amor da maioria jà cintila por revolucao, independencia e bom senso!

Basta de gozarem e escarrarem nas esperancas dos que vos fazem ricos,

Ouco os passos mortiferos do cadafalso aproximarem-se silenciosamente

E imparàveis por serem protegidos pela Razao e guiados pela Vinganca!

Joao Meirinhos

Outubro 2011

Tallinn