O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 7 de maio de 2011

Só tu poeta, escutas a prenhe terra, adivinhas
quando um fruto vem em queda livre e atiras a tua vida
estendida como lençol para o amparar. só tu poeta, nasceste
na colisão do sol e lua, maturas a semente feito um outono ao chegar,
tão crente como a terra a fechar uma ferida. só tu poeta, corres
atrás da imortalidade, porque sabes que por detrás das palavras
estão outras palavras, que são as tais que brilham no útero ardente
do pensamento.

2 comentários:

ethel disse...

Só tu poeta, enche meu peito, sem nunca cansar. só tu poeta, eu leio e releio até o o sol tardar. Só tu poeta, esqueço teu nome sem nunca pecar. Contigo poeta, aceito o silêncio eterno.

Maravilhoso, Flávio.

Flávio Lopes da Silva disse...

boa tarde, Paladar da Loucura!

grato pelo comentário em forma de poema.
bj