O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 14 de maio de 2011

RIO de NADA


há que ter cuidado

não és novo

és um rio cansado

próximo da foz


já quase Mar

já quase nada

manso rio anónimo

onde raro chega

a enxurrada


não és tu que matas

para trás ficou

o ímpeto das ondas

próximo do Mar

és uma toalha

de esconder cadáveres

4 comentários:

ethel disse...

já quase Mar, já quase nada
manso
rio anónimo

Muito bonito, Platero
já quase tudo!
beijo

platero disse...

se não nos elogiarmos mutuamente estamos perdidos.

Fica meu e-mail para conversar:
asaias@sapo.pt

beijo

Coelacanto provoca maremoto disse...

parabéns...

platero disse...

Coelecanto

parabéns a quem

ao poema
ou
a mim?

abraço