O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Pudesse eu"

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes

- Poesia I (1944).

4 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Permita-me um ligeiro toque de lima:

Pudesse eu não ter laços nem limites
ó vida de mil faces transbordantes
para resposta dar aos teus convites
suspensos na surpresa dos instantes!

JCN

Anónimo disse...

Toque de lima precisamos nós para rasgar os laços que nos oprimem, rumo ao ilimitado sem rumo...

João de Castro Nunes disse...

Nesse caso, do que precisamos... é de um serrote! JCN

Paulo Borges disse...

Fica bem este retoque...