O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 11 de março de 2011

ESTRADA PARA EQUINÓCIO

chegou o Sol

chegou o Sol
e com ele o cio
das árvores
dos pássaros
dos astros

das palavras
que buscam nos actos
seu sentido

que buscam nos actos
seu sentido
e copulam ao Sol
para gerar
sentidos novos

o futuro do mundo
e dos seres vivos
é das palavras livres

é das palavras livres
quando o Sol
as torna
mais sensíveis

3 comentários:

Glimpse disse...

Que belo, Platero, esta estrada rumo ao Sol e às palavras livres.

rmf disse...

Acordei com a tempestade, e seguindo por esta estrada, livre como a chuva, solta como o andar, lembrei-me dos dias grandes, das tardes soalheiras, dos aromas na terra, nas cores das estações.

Belíssimo poema, Platero!

Um grande abraço

platero disse...

beijo/abraço a vocês

poesia se calhar é próximo disso
:
aquecermos quando lemos a palavra SOL