O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 6 de julho de 2011

for those who dwell in the mountains

 

You ask me
why I make home
in the mountain forest,
and I smile,
and am silent,
and even my soul remains quiet:
it lives in the other world
which no one owns.
The peach trees blossom.
The water flows.

Li Po

5 comentários:

platero disse...

the water flows é que não parece muito, mas vá

Poema lindo

abraço

rmf disse...

:)

é verão... mas ainda corre, a árvore é que está muito longe de ser um pessegueiro.

Mas... vale pela intenção, pelo poema, é isso.

Obrigado,
Abraço

Glimpse disse...

Belo demais para palavras, estas se não forem ditas, aqui, também não podem exprimir o silêncio que se quedou na minha alma. Por isso escrevo, aqui, em silêncio. Grata

rmf disse...

Um abraço, Glimpse.

muito grato

Anónimo disse...

Respondo, amigo Rui, na voz de Li Po:

"My friend lives high on East Mountain.
His nature is to love the hills and gorges.
In green spring he sleeps in empty woodland,
Still there when the noon sun brightens.
Pine-tree winds to dust his hair.
Rock-filled streams to cleanse his senses.
Free of all sound and stress,
Resting on a wedge of cloud and mist."

and I smile:)

(Abraço, Rui, por trazeres esta belíssima imagem (que quase nela sinto a frescura da águ) e a "amiga" voz da poeta.