sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
À Queima-Roupa
I - Todo o desejo visa o Infinito. Morre e ressuscita de o não atingir.
II - O Infinito trespassa o mundo nos sexos corações incendiados dos amantes.
III - Mal dos amantes que se não penetram até ao Infinito.
IV - Vestida do mínimo indispensável para ficar nua, a Terra atrai a si o Céu com um falo em chamas.
V - Amo-te tanto que nem céu nem inferno me separariam de ti. Nenhum deus criaria o mundo se em nós houvesse reparado.
VI - Superar o desejo pelo seu incêndio extremo. Volver o fogo em luz. E partir para o que nunca deixámos.
VII - Perdemos a memória do que é. E reencontramo-la nas pausas do nosso desejo louco do que não existe.
VIII - A sociedade de espectáculo, produção e consumo vive do desejo que desperta, alimenta e frustra. O Marketing e a Publicidade excitam-no o mínimo indispensável para o entreterem e prenderem neste circo de escravos das coisas irreais. Ai de nós todos se ele ganha asas ! Arriscamos despertar do sonho de haver falta !
IX – Nunca se escutou Camões, o que cantou não a Fé nem o Império, não o encontro de culturas, mas a “expedição” de Eros “Contra o mundo rebelde, por que emende / Erros grandes que há dias nele estão, / Amando cousas que nos foram dadas, / Não para ser
amadas, mas usadas” (IX, 25). O que cantou a redenção do mundo pela conformidade do masculino e do feminino na Ilha dos Amores, a plenitude do amor sensual e sexual pela qual se abre a divina visão, o messianismo erótico de uma nova raça andrógina de deuses humanos e homens divinos. Ninguém o escuta. Crucifica-se Eros na pornografia e nessas outras obscenidades que são o intelecto, o poder e as honras, o sucesso e a riqueza. O que faz avançar a civilização, a ciência e a miséria. As câmaras de gás da alma. Mas Eros ri e voa. E quem na cruz fica, exangue e triste, és tu !
X - A civilização é a fuga da Ilha dos Amores. E a sua única Terra Prometida é o extermínio.
XI - Somos sempre mais do que tudo o que possamos imaginar desejar.
XII - Dá tudo. Verás que nada te falta.
XIII - Dá e sê tudo. E sobretudo liberta-te da ilusão de teres e seres.
II - O Infinito trespassa o mundo nos sexos corações incendiados dos amantes.
III - Mal dos amantes que se não penetram até ao Infinito.
IV - Vestida do mínimo indispensável para ficar nua, a Terra atrai a si o Céu com um falo em chamas.
V - Amo-te tanto que nem céu nem inferno me separariam de ti. Nenhum deus criaria o mundo se em nós houvesse reparado.
VI - Superar o desejo pelo seu incêndio extremo. Volver o fogo em luz. E partir para o que nunca deixámos.
VII - Perdemos a memória do que é. E reencontramo-la nas pausas do nosso desejo louco do que não existe.
VIII - A sociedade de espectáculo, produção e consumo vive do desejo que desperta, alimenta e frustra. O Marketing e a Publicidade excitam-no o mínimo indispensável para o entreterem e prenderem neste circo de escravos das coisas irreais. Ai de nós todos se ele ganha asas ! Arriscamos despertar do sonho de haver falta !
IX – Nunca se escutou Camões, o que cantou não a Fé nem o Império, não o encontro de culturas, mas a “expedição” de Eros “Contra o mundo rebelde, por que emende / Erros grandes que há dias nele estão, / Amando cousas que nos foram dadas, / Não para ser
amadas, mas usadas” (IX, 25). O que cantou a redenção do mundo pela conformidade do masculino e do feminino na Ilha dos Amores, a plenitude do amor sensual e sexual pela qual se abre a divina visão, o messianismo erótico de uma nova raça andrógina de deuses humanos e homens divinos. Ninguém o escuta. Crucifica-se Eros na pornografia e nessas outras obscenidades que são o intelecto, o poder e as honras, o sucesso e a riqueza. O que faz avançar a civilização, a ciência e a miséria. As câmaras de gás da alma. Mas Eros ri e voa. E quem na cruz fica, exangue e triste, és tu !
X - A civilização é a fuga da Ilha dos Amores. E a sua única Terra Prometida é o extermínio.
XI - Somos sempre mais do que tudo o que possamos imaginar desejar.
XII - Dá tudo. Verás que nada te falta.
XIII - Dá e sê tudo. E sobretudo liberta-te da ilusão de teres e seres.
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2 comentários:
perfeito.
simplesmente perfeito.
regressei aqui
texto antológico
abraço
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