O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


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sábado, 25 de abril de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Convocação à dança de ser






Da voz que, de lés a lés de todos os universos, a todos convoca à dança do Um com um, do Todo com o todos, do ninguém de todos com o tudo de ninguém.

Seres magoadamente solitários seremos tanto mais quanto menos queiramos ser dádiva, dom, entrega, comunhão do que se não divide, do que não tem partilha, do que é tudo para nós em todos, em ninguém.

Nenhum de ninguém – eis o lugar em que somos quando, num "instantâneo" clarão, que em nós "rasgue" o que em nós é túnica sempre inconsútil de ser, e então tudo em nós for beijo que não escolhe a quem, abraço que já abraçado está, alegria que não tem como não ser, amor que, contradição e paradoxo de si, será uroboros de nós no que de nós jamais partira.

De Yulunga, dança que sagra cosmos na não-diferença entre micro e macro aspectos, atravessando todos os universos sem dimensão, nos encontramos sempre, sempre que a pulsão imóvel do ser em nós seja o Saltarello extático em que nos dançamos uns nos outros, na sagaz folia de estarmos vivos e de sermos infantes coroados, por tudo, em todos: divinos e sumamente belos.

A todos vós indistintamente, e a cada um muito em particular, o meu abraço, no abraço a Paulo Borges, convocador desta nossa dança.

Bem hajam! E...“hajam-se”!