O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


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terça-feira, 23 de junho de 2009

deixar de ser

'mas o neoplatónico esforçar-se por tornar-se aquilo que deus é - a meta da sua actividade é deixar de «ser, de ser entendimento e razão.» o êxtase e o arroubo constituem para o neoplatónico, o supremo estado psicológico do homem. semelhante estado objectivado como ser é o ser divino. assim, deus procede apenas do homem, mas não ao invés, pelo menos originariamente, o homem a partir de deus.... com efeito, onde é que este ser sem dor e sem necessidades pode ter o seu fundamento e origem senão nas dores e necessidades do homem? a miséria da necessidade e da dor corresponde também o sentimento da beatitude. só em oposição à infelicidade é que a beatitude é uma realidade. só na miséria do homem tem deus o seu lugar de nascimento'
ludwig feuerbach, princípio da filosofia do futuro, edições 70