O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 17 de março de 2013


DEPOIS DO LUME E DA AÇORDA

:

como hóstia
açorda não se come
-toma-se

mesmo ateu
depois de açorda
não esquece

e agradece

a Deus

4 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Seja verso ou poesia,
por mim dúvidas não tenho
que sua grande mestria
anda a par com seu engenho!

JCN

platero disse...

folgo em ver o meu amigo
regressado a esta arena
note então o que lhe digo
ao pé de si meto pena

grande abraço, grande senhor
da quadra e do soneto - sempre com a mesma acutilância, igual mestria no uso das palavras

João de Castro Nunes disse...

Nada me dá mais prazer
que um poema construído
de modo a logo se ver
donde ele terá saído!

JCN

João de Castro Nunes disse...

O seu jeito de escrever
não permite confusões
quer na forma de dizer
como em suas alusões!

JCN