Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
O Embaixador
Abraça-me com carinho, pergunta pelos meus. Diz a sorrir:
- Ah, a vida está dificil! Sou um desalojado... Colocaram-me como embaixador em África. Vou viver numa casa de mil metros quadrados, com quatro empregados...
Tento devolver o sorriso, mas todos os musculos estão presos. Disfarço o choque e com meu olhar nos sapatos dele, pergunto:
- E por cá, onde vives?
- Ah, tão mal. No prédio de um primo. São seis andares inteiros e três empregadas...
Digo que tenho pressa. Se meu estômago fosse um cão, mordia.
- Ah, a vida está dificil! Sou um desalojado... Colocaram-me como embaixador em África. Vou viver numa casa de mil metros quadrados, com quatro empregados...
Tento devolver o sorriso, mas todos os musculos estão presos. Disfarço o choque e com meu olhar nos sapatos dele, pergunto:
- E por cá, onde vives?
- Ah, tão mal. No prédio de um primo. São seis andares inteiros e três empregadas...
Digo que tenho pressa. Se meu estômago fosse um cão, mordia.
PRODUTO DE TOMAR
também eu faço os meus versos
escrevo a minha poesia
componho as minhas estrofes
tenho a minha marca própria
a minha assinatura
há quem me consuma e goste
e sinta agradáveis efeitos da leitura
como se eu fosse um grande nome
da nossa literatura
não me iludo
nem da realidade eu sinto medo
:
sei que não passo de genérico
antes isso porém
que a fórmula amorfa
de placebo
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Mergulhamos no fundo de nós,
reencontramos a Luz.
Somos infinitos, livres, eternos,
no mergulho que de voo se reveste.
Unidos no Amor compassivo e livre,
somos Um com o Todo e regressamos...
despojados de conceitos e palavras duais.
Apenas o sentir...
Entregamos em contentamento o que recebemos,
não nos pertence.
É o Sublime, que nesta limitada forma,
nos silencia e inunda de quietude o coração.
(Sentir e Ser 2011)
reencontramos a Luz.
Somos infinitos, livres, eternos,
no mergulho que de voo se reveste.
Unidos no Amor compassivo e livre,
somos Um com o Todo e regressamos...
despojados de conceitos e palavras duais.
Apenas o sentir...
Entregamos em contentamento o que recebemos,
não nos pertence.
É o Sublime, que nesta limitada forma,
nos silencia e inunda de quietude o coração.
(Sentir e Ser 2011)
A onda, a água e o fundo do ser
“Olhemos para uma onda na superfície do oceano. Uma onda é uma onda. Tem um princípio e um fim. Pode ser alta ou baixa, mais ou menos bela do que outras ondas. Mas uma onda é, ao mesmo tempo, água. Água é o fundo do ser da onda. É importante que uma onda saiba que é água e não apenas uma onda. Nós, também, vivemos a nossa vida como um indivíduo. Cremos ter um princípio e um fim, cremos estar separados dos outros seres vivos. É por isso que o Buda nos aconselhou a olhar mais profundamente a fim de tocarmos o fundo do nosso ser, que é o nirvana. Tudo leva profundamente a natureza do nirvana. Tudo foi “nirvanizado”. Esse é o ensinamento do “Sutra do Lótus”. Olhamos profundamente e tocamos o tal qual da realidade. Olhando profundamente o íntimo de um seixo, de uma flor ou da nossa própria alegria, paz, aflição ou medo, tocamos a dimensão última do nosso ser e essa dimensão revelar-nos-á que o fundo do nosso ser tem a natureza do não-nascimento e da não-morte.
Não temos de “atingir” o nirvana, porque nós mesmos residimos sempre no nirvana. A onda não tem de procurar água. Ela já é água. Somos um com o fundo do nosso ser. Uma vez que a onda reconheça ser água, todo o seu medo se desvanece. Uma vez que toquemos o fundo do nosso ser, uma vez que toquemos Deus ou o nirvana, também recebemos o dom do não-medo. O não-medo é a base da verdadeira felicidade. O maior dom que podemos oferecer aos outros é o nosso não-medo. Viver profundamente cada instante da nossa vida, tocar a mais funda dimensão do nosso ser, é a prática de prajña paramita. Prajña paramita é ir para além pela compreensão, pela visão profunda”
- Thich Naht Hanh, “The heart of the buddha’s teaching”, Londres, Rider, 1998, pp.211-212.
MUNDIAL DE FUTEBOL
bom sem dúvida.
duas grandes equipas de PESSOA
( a minha Pátria é a minha LÍNGUA)
mesmo que perdessem
sempre ganhariam as duas
domingo, 21 de agosto de 2011
sábado, 20 de agosto de 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Friedrich & Winter
À nossa frente: O grande ecrã! Ou que resta dele… A sala de projecção, que também é apenas memória, recordação. As imagens já não são o que era costume serem. Já não se pode confiar nelas. Todos o sabemos, e tu também sabes. Quando nós crescemos as imagens estavam a contar-nos histórias e a mostrarem-nos coisas, que agora só pretendem vender… histórias e coisas, mudaram à frente dos nossos olhos. Já nem sequer se sabe como mostrar as coisas… Esqueceram-se, simplesmente. As imagens estão a vender o mundo ao desbarato, em pacotes e com descontos. Quando me decidi a mergulhar fundo julguei que conseguia fugir a tudo isso. Falámos, lembras-te? Eu queria voltar a ver o mundo a preto e branco, através desta máquina manual, velha, e toda partida… the man with a movie camera… percorrendo as ruas sozinho, um homem com a sua câmara… e viva Dziga Vertov! Fingir que a própria história do cinema não existiu para ser contada, e que eu podia recomeçar tudo outra vez do zero, cem anos depois… Mas não funcionou, meu amigo. Por algum tempo, pareceu-me funcionar, mas depois veio a ruína… tudo havia sido desmoronado. Adoro esta cidade! Lisboa! esta cidade… e a maior parte do tempo eu vi-a realmente… mesmo em frente aos meus olhos… Mas apontar uma câmara e filmar é como apontar uma arma, e disparar. E de cada vez que eu apontei, senti-me como se a vida se estivesse a escoar das coisas… e filmava, e filmava… mas a cada rodar da manivela, a cidade recuava mais e mais, afastando-se cada vez mais e mais… como o gato sorridente da Alice. Nada. Estava a tornar-se insustentável. Desmoralizou-me imenso. Foi aí que eu pedi para que aparecesses, foi aí que te pedi ajuda. E por algum tempo vivi a ilusão de que o som, que é a tua voz, podia resolver tudo, que os teus microfones poderiam arrancar as minhas imagens à escuridão. Mas é escusado. É tudo escusado, meu amigo. Escusado. Mas… encontrei uma maneira de salvar isto, e estou a trabalhar neste momento nisso. Ouve-me… ora escuta. Uma imagem que não foi vista não pode vender nada, ora não? É pura, e por conseguinte, verdadeira, e bela. Numa palavra, é inocente. Enquanto nenhum olhar a contaminar permanece em perfeito uníssono com o mundo. Se não for vista, a imagem e o objecto que ela representa permanecem para sempre juntos… Sim, tu sorris… é apenas quando olhamos para a imagem, que… o que está contida nela, essa coisa, que ela contém, morre, desaparece… Apresento-te… a minha biblioteca de imagens nunca vistas… Todas estas imagens foram filmadas sem intervenção do olhar humano. Nunca ninguém as viu enquanto foram gravadas, ninguém as verificou depois. Filmei-as todas com a câmara pendurada atrás nas minhas costas! Estas imagens mostram a cidade como ela é... e não como eu desejaria que fosse. Seja como for, cá estão elas, no seu primeiro e doce sono da inocência, prontas a ser visionadas por alguma geração futura, com um olhar diferente do nosso… Tu sorris… eu também… que não te preocupe meu amigo, já não estaremos cá...
in Viagem a Lisboa, Wim Wenders
tradução livre
Há quem me peça que não escreva com tanta dor. Há quem me peça que os ais sejam os uis de quem ri. Há quem me peça que faça de conta, porque quem não se dá conta, não sofre nem geme.
Enquanto escrevo, sorrio na descoberta do fim.
Depois de hibernar, vem a vontade de voar. No céu encontro o ar, no mar me encontro - sereia.
Entre, é o meu destino próximo. Sono longo, onde nada foi dito ou ouvido.
Intervalo presente - liberdade.
Enquanto escrevo, sorrio na descoberta do fim.
Depois de hibernar, vem a vontade de voar. No céu encontro o ar, no mar me encontro - sereia.
Entre, é o meu destino próximo. Sono longo, onde nada foi dito ou ouvido.
Intervalo presente - liberdade.
domingo, 14 de agosto de 2011
AMANTE
Limou as arestas, limpou o pó. Do que restou, ficou com o vermelho da paixão.
Ela é a sombra que não me acompanha e rouba a parte de mim que sonha.
Deixou comigo a dor da ausência.
Com um sorriso generoso ocupou meu lugar. Roubou meus gemidos na cama.
Inventou a tormenta quando ouviu a promessa amor eterno.
Deu-me de volta a fadiga de vida.
ARCA SEM FUNDO
PESSOA tinha/tem
uma ARCA de ferro onde guardava tudo o que escrevia
a ARCA parece não ter fim
como se fosse uma arca
com tabuleiros
que vão sendo removidos
à medida que são lidos os seus escritos
só que
removido cada tabuleiro vazio
há sempre outro por baixo
mais cheio ainda
do que todos os tabuleiros de cima
e o que está escrito
nos papéis dos tabuleiros de baixo
é sempre mais bonito
mais profundo
do que o que está escrito nos papéis
dos tabuleiros de cima
haverá um - o de baixo de todos -
a uma fundura infinda
a que ninguém chegará
nem chegou a sonhar chegar ainda
e esse tabuleiro
é que há de estar a abarrotar
de papéis com palavras escritas
literalmente as mais profundas
e essas sim
serão de todas
as palavras escritas
as mais profundas
as mais Li (n) das
sábado, 13 de agosto de 2011
número de CIRCO
senhor ministro
- deixemos de exercícios ilusórios
quem tivesse o "instinto"
de que tinha que vir
a apertar o cinto
não teria já
providenciado
suspensórios?
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
constatação
não é que a minha
camisola preta
atraia agora mais cabelos
brancos hoje
sobre a camisola preta
aos mesmos
é mais fácil vê-los
Quando nasceu dei-lhe a mão,
Devagar toquei cada um dos seus pequenos dedos,
tentando que os meus se encaixassem nos dele.
Se o desejo fosse, só por si, suficiente,
todas as crianças do mundo seriam felizes.
Dor que trago agora no peito, tão escondido que mal posso suportar.
A violência fechada e tumultuada nas ruas, entre torpedos de ira.
Bolas de sabão que se multiplicam no abandono de uma nova civilização.
Sofrimento que invade meu corpo, pela tristeza
De todos os seres que se traiem na existência
Por tudo lhes ter sido negado à nascença.
Se o desejo fosse, só por si suficiente,
nenhuma criança morreria à fome
Teriam por sofrimento único
a ignorância do não sofrimento.
Devagar toquei cada um dos seus pequenos dedos,
tentando que os meus se encaixassem nos dele.
Se o desejo fosse, só por si, suficiente,
todas as crianças do mundo seriam felizes.
Dor que trago agora no peito, tão escondido que mal posso suportar.
A violência fechada e tumultuada nas ruas, entre torpedos de ira.
Bolas de sabão que se multiplicam no abandono de uma nova civilização.
Sofrimento que invade meu corpo, pela tristeza
De todos os seres que se traiem na existência
Por tudo lhes ter sido negado à nascença.
Se o desejo fosse, só por si suficiente,
nenhuma criança morreria à fome
Teriam por sofrimento único
a ignorância do não sofrimento.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
SOLILÓQUIO
gosto da solidão
:
estar só - não falar com ninguém
contudo deixem-me ser franco
às vezes já me sabe bem
ouvir falar alguém
nem que seja a voz
do próprio Multi- Banco
- por favor
retire o seu cartão
sábado, 6 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Poesia sobre o ciclo das rochas
Pra quem vive neste Planeta
E que pisa nesse chão,
O ciclo das Rochas
Eu trago com admiração,
Nesse texto resumido
Do magma ao metamorfismo
Passará por minha mão...
O material rochoso
Quando vem a se fundir,
Transforma-se em magma
Que no vulcão vai fluir.
De lava é chamado
E quando cristalizado
Rochas Ígneas faz surgir!
Nas áreas vulcânicas
Há de se observar
Que as rochas mais comuns,
Os Basaltos (até o Vesicular),
Têm arranjo aleatório
O que não é notório
Pois os minerais, não dá pra se enxergar!
Se a Ígnea Vulcânica
Vira Rocha na superfície,
A Ígnea Plutônica
Não chega aqui na planície,
Gerando o Gabro e o Granito
Pois o Diabásio é um tipo
Mais próximo da superfície!
Pra continuar o Ciclo
Eu trago detalhes,
Sobre outra classe de Rochas
Que são as Sedimentares.
Frutos da erosão
Percorrem vários lugares
Antes de se depositarem
E em rocha se tornarem!
As Sedimentares detríticas
Como o Argilito e o Siltito
Tem o tato macio,
Diferente do Arenito
Que é áspero e friável
Muito mais erodível
Perante os outros tipos.
Conglomerados e Brechas
Não tem estratificação,
Mesmo assim são detríticas
O que os Calcários não são
São Calcita e Dolomita
As classes desse tipo
São químicas, com razão!
A Pressão e a Temperatura
Agindo prolongadamente
Sobre um corpo rochoso
Nas profundezas do chão
Causam a transformação
Do material em questão!
O metamorfismo pode ser
De Contato ou Regional
Mudando as estruturas
Daquele material.
É a recristalização
Dobra, foliação...
A Ardósia é a primeira
No grau de metamorfismo
Depois vem o Filito,
Que é anterior ao Xisto.
O Gnaisse é bandado
E o migmatito, ondulado...
Qualquer das rochas
Está sujeita à alteração,
Em se tratando de um ciclo
Aberto à ocasião.
Pois a natureza não erra,
Quando compõe a Terra:
É pura imaginação!
Leandro Caetano de Magalhães
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
AVISO
tenha sempre em conta
o possível cheiro
do que põe na NET
não esqueça
- a rede
espalha-se pelo éter
CONVERSA
amigo
sem-abrigo
meu este meu aquele
meu desgovernado
meu safado
desvalido
sou superior a ti
sabias
acabo de engomar a camisa
para falar contigo
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Massagem Zen: O que é a "Massagem Zen"?
Massagem Zen: O que é a "Massagem Zen"?: "'Massagem Zen' é o nome que alguém que recebeu as minhas massagens lhe chamou. E eu resolvi adoptar esse nome porque não uso uma técnica def..."
GA FA NHOU TRO
RECADO
não tarda
estaremos todos juntos
fora deste mundo
mau será
se pelos que cá ficarem
tivermos que pôr luto