uma ARCA de ferro onde guardava tudo o que escrevia
a ARCA parece não ter fim
como se fosse uma arca
com tabuleiros
que vão sendo removidos
à medida que são lidos os seus escritos
só que
removido cada tabuleiro vazio
há sempre outro por baixo
mais cheio ainda
do que todos os tabuleiros de cima
e o que está escrito
nos papéis dos tabuleiros de baixo
é sempre mais bonito
mais profundo
do que o que está escrito nos papéis
dos tabuleiros de cima
haverá um - o de baixo de todos -
a uma fundura infinda
a que ninguém chegará
nem chegou a sonhar chegar ainda
e esse tabuleiro
é que há de estar a abarrotar
de papéis com palavras escritas
literalmente as mais profundas
e essas sim
serão de todas
as palavras escritas
as mais profundas
as mais Li (n) das
algumas são o prenúncio de tudo que o nunca vai ser escrito ou dito, senão sentido.
ResponderEliminarLindo poema, Platero! beijo
há um fabuloso do MESTRE
ResponderEliminarsó que tudo se passa de baixo para cima:
sobe-se a um terraço e tem-se uma vista linda.
mais acima, mais lindo ainda.
lindo a sério será de um terraço
a que se não tem acesso
Conheces?
- se não, vale a pena procurar
beijo
vou procurar...
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